Bayer pretende concluir aquisição da Monsanto nesta 5ª feira, dois anos após o início do processo

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Maior aquisição da história da Bayer que envolve mais de US$ 60 bilhões de investimentos dobrará o tamanho do negócio agrícola

 

O prazo fixado pela Bayer para finalizar a conclusão de aquisição da Monsanto é nesta quinta-feira, após o recebimento de todas as aprovações exigidas pelas autoridades regulatórias. O negócio é avaliado em mais de US$ 60 bilhões. "A agricultura é importante demais para permitir que diferenças ideológicas paralisem o progresso", informou nesta segunda-feira (4) Werner Baumann, presidente do Conselho de Administração da Bayer AG. O nome da empresa continuará sendo Bayer e a marca Monsanto desaparece. A extinção da marca Monsanto – que atraiu críticas contundentes de ativistas ambientais nos últimos anos por sua promoção de organismos geneticamente modificados– deve ajudar a superar a imagem negativa da empresa, acredita a compradora.

A Bayer anunciou sua intenção de comprar a Monsanto em maio de 2016 e assinou um contrato com a norte-americana no valor de US$ 128 por ação em setembro daquele ano. Os produtos adquiridos manterão suas marcas e farão parte do portfólio da Bayer. "A aquisição da Monsanto é um marco estratégico para o fortalecimento de nosso portfólio de negócios líderes em saúde e nutrição. Dobraremos o tamanho de nosso negócio agrícola e criaremos um motor líder de inovação na agricultura, permitindo atender melhor nossos clientes e liberando o potencial de crescimento de longo prazo setor", informou Baumann.

Atualmente o valor de compra da empresa norte-americana corresponde a um custo total de aproximadamente US$ 63 bilhões, levando em consideração as dívidas pendentes da Monsanto em vigor em 28 de fevereiro de 2018. Em conexão com o abrangente processo de aprovação regulatória, a Bayer concordou com o desinvestimento de negócios que geraram EUR 2,2 bilhões em vendas em 2017 por um preço-base de compra agregado de EUR 7,6 bilhões. Incluindo a Monsanto e levando em consideração os desinvestimentos, os negócios de saúde e agricultura teriam sido praticamente iguais em tamanho em 2017, com vendas totais pro forma de cerca de EUR 45 bilhões, incluindo as vendas combinadas da Crop Science, de cerca de EUR 20 bilhões. Em 2017, as duas empresas juntas empregavam aproximadamente 115 mil pessoas, incluindo os desinvestimentos.

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A aquisição deve gerar valor significativo. A Bayer espera uma contribuição positiva ao lucro básico por ação a partir de 2019. A partir de 2021, essa contribuição deverá ser de dois dígitos percentuais. Além disso, ajustadas de acordo com o efeito dos desinvestimentos, a partir de 2022 a Bayer espera que as sinergias proporcionem contribuições anuais de US$ 1,2 bilhão ao EBITDA antes de itens especiais. Para adquirir a Monsanto, a Bayer obteve um financiamento inicial de US$ 57 bilhões. Conforme anunciado em setembro de 2016, esse montante está sendo refinanciado por meio de uma combinação de operações de ações e dívidas, algumas das quais já foram concluídas. A medida final de equidade será uma questão de direitos, que foi anunciada ontem.

A Bayer se tornará a única acionista da Monsanto a partir de 7 de junho. De acordo com a aprovação condicional do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a integração da Monsanto com a Bayer pode ocorrer assim que os desinvestimentos para a BASF forem concluídos. Isso deve ocorrer em aproximadamente dois meses. "Nos preparamos diligentemente para a integração ao longo dos dois últimos anos. Nossa ampla experiência na integração de outras grandes empresas provou que podemos e seremos bem-sucedidos", disse Baumann.

Oferta de tecnologias e soluções inovadoras

"Inovação é essencial para produzir alimentos mais saudáveis, seguros e acessíveis de uma forma mais sustentável para uma população em crescimento. A combinação das duas empresas nos permitirá entregar mais inovação de forma mais rápida e fornecer soluções adaptadas às necessidades dos agricultores em todo o mundo", explicou Liam Condon, integrante do Conselho de Administração da Bayer e presidente da Divisão Crop Science. "No futuro, nossas equipes nos laboratórios e no campo poderão abordar a inovação de maneira mais holística à medida que lidamos com os enormes desafios que enfrentamos na agricultura."

Incluindo a Monsanto e considerando os desinvestimentos acordados, o investimento total em P&D da Bayer em 2017 teria sido de aproximadamente EUR 5,7 bilhões. Desse montante, EUR 2,4 bilhões teriam sido gastos nos negócios agrícolas combinados em base pro forma.

Segundo o presidente do Conselho de Administração da Bayer, a Bayer está plenamente consciente da responsabilidade que ocupar uma posição de liderança na agricultura acarreta. A empresa continuará a fortalecer ainda mais seu compromisso na área de sustentabilidade. “Como líder, a Bayer está totalmente comprometida em manter os mais altos padrões éticos e de responsabilidade, fortalecendo o acesso à saúde e nutrição e reduzindo ainda mais sua pegada ambiental. Aplicaremos o mesmo rigor para atingir nossas metas de sustentabilidade que aplicamos para alcançar nossas metas financeiras", disse Baumann.

"Nosso objetivo é aprofundar nosso diálogo com a sociedade. Ouviremos nossos críticos e trabalharemos juntos onde encontrarmos consenso. A agricultura é importante demais para permitir que diferenças ideológicas paralisem o progresso. Temos que conversar entre nós e ouvir uns aos outros. Essa é a única maneira de construir pontes", acredita Baumann.

Em 2017, o Grupo Bayer empregou cerca de 99 mil pessoas e obteve vendas de € 35 bilhões. Os investimentos totalizaram € 2.4 bilhões e as despesas com Pesquisa & Desenvolvimento somaram € 4.5 bilhões, segundo informações da empresa.

 

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