101 funcionários da ONU mortos até agora na Guerra na Palestina

É a maior perda já registrada em 78 anos das Nações Unidas

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minuto de silêncio em homenagem aos funcionários da onu mortos na palestina
Minuto de silêncio em homenagem aos funcionários da ONU mortos na Palestina (foto de Eskinder Debebe, ONU)

Escritórios da Organização das Nações Unidas em todo o mundo prestaram homenagem, nesta segunda-feira, aos 101 funcionários da ONU mortos até agora durante a Guerra na Palestina – a maior perda já registrada nos 78 anos da organização.

Os funcionários trabalhavam para a agência da ONU que ajuda os refugiados palestinianos, a UNRWA, prestando ajuda vital aos 2,2 milhões de habitantes de Gaza, no meio de bombardeios constantes ao longo do último mês e de um cerco total ao enclave.

Eram diretores de escolas, professores, profissionais de saúde, engenheiros, pessoal de apoio e um psicólogo.

“O pessoal da UNRWA em Gaza aprecia o fato de a ONU ter baixado a bandeira em todo o mundo. Em Gaza, no entanto, temos de manter a bandeira da ONU hasteada bem alto como um sinal de que ainda estamos de pé e servindo o povo de Gaza”, disse Tom White, diretor da agência na Faixa de Gaza, falando de Rafah.

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Agência vai parar em 48 horas operações por falta de água

A UNRWA anunciou nesta segunda-feira a suspensão das suas operações humanitárias em Gaza no prazo de 48 horas. Em comunicado em plataforma de mídia social, a Agência informou: “Esta manhã, dois dos nossos principais empreiteiros de distribuição de água pararam de trabalhar, simplesmente ficaram sem combustível”, disse o responsável da ONU, salientando que 200 mil pessoas deixarão de receber água potável.

Falando em Genebra, Tatiana Valovaya, diretora-geral do Escritório da ONU na cidade suíça, disse que os 101 funcionários da ONU mortos representaram o maior número de trabalhadores humanitários mortos na história da ONU em tão pouco tempo.

“Milhares dos nossos colegas continuam trabalhando sob a bandeira da ONU nas partes mais arriscadas do mundo. E vamos prestar homenagem às suas atividades, ao seu trabalho, à sua devoção”, disse ela.

Os funcionários da UNRWA “incorporaram o espírito das Nações Unidas, posicionando-se na linha da frente das zonas de conflito para fornecer a tão necessária assistência e apoio humanitário”, disse o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreysus, falando na sua sede em Genebra.

O secretário-geral António Guterres liderou, na sede da entidade, em Nova York, o minuto de silêncio em homenagem aos 101 funcionários da ONU mortos até agora durante a Guerra na Palestina.

Bandeira arriada em homenagem aos 101 funcionários da ONU mortos

Por volta das 7h30, a bandeira da ONU foi hasteada a meio mastro – a única hasteada naquele dia. Normalmente, todas as bandeiras dos 193 Estados-membros da ONU e dos dois Estados observadores – Palestina e Cidade do Vaticano – são hasteadas todos os dias da semana de manhã, e por ordem alfabética, sendo depois baixadas à tarde.

O Observador Permanente do Estado da Palestina, Riyad Mansour, que participou da cerimônia simples, disse que o gesto homenageou os 101 funcionários da ONU mortos e todos os “mártires palestinos”, incluindo milhares de crianças mortas na “guerra bárbara”.

Ele sublinhou a necessidade de um cessar-fogo humanitário imediato em Gaza, juntamente com “centenas de caminhões” de ajuda, medicamentos e água. “E queremos acabar com o crime contra a humanidade da transferência forçada em massa… para permitir que o povo palestiniano permaneça na Faixa de Gaza. É a nossa pátria”, continuou ele.

“Não queremos viver uma segunda Nakba. Queremos ficar na nossa terra natal e reconstruir a Faixa de Gaza.” Mansour também expressou esperança de “um horizonte político” para acabar com a ocupação “para que o povo palestino possa viver em liberdade e dignidade no nosso Estado independente, com a Santa Jerusalém como a capital do nosso Estado”.

Matéria atualizada às 15h22 para inclusão do comunicado da UNRWA sobre paralisação em Gaza

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