1ª parcela do 13º deve ser paga até esta 5ª feira

Até fim de dezembro, o rendimento injetará R$ 291 bi na economia

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Dinheiro na mão
Dinheiro na mão (Imagem: divulgação)

Um valor de R$ 291 bilhões. Essa é a cifra que o décimo terceiro salário deve injetar, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), na economia brasileira. Até esta quinta-feira, o trabalhador brasileiro receberá a primeira parcela do benefício e a partir desta sexta-feira até o dia 20 próximo, a segunda parcela.

De acordo com o Dieese, esses R$ 291 bilhões representam cerca de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país).

Todo trabalhador do mercado formal, inclusive aos empregados domésticos, beneficiários da Previdência Social e aposentados e beneficiários de pensão da União e dos estados e municípios receberam o décimo terceiro salário. Serão aproximadamente 87,7 milhões de trabalhadores beneficiados com um valor, em média, de R$ 3.057.

MEI não recebe, mas pode pagar

O Microempreendedor Individual (MEI) não tem direito ao décimo terceiro salário, entretanto seu funcionário, sim.

Se o microempresário contratou funcionário, deve pagar o rendimento da mesma forma que um empregador tradicional. O valor deve ser calculado com base no salário e deve ser pago em duas parcelas.

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O décimo terceiro tem como objetivo proporcionar uma renda extra no fim do ano. O cálculo pode variar dependendo da forma como o trabalhador recebe seu salário (mensal, por hora, comissionado, etc.).

De acordo com o Dieese, por região, o Sudeste é a que concentra um volume maior de pagamento do décimo terceiro, cerca de 50%; seguido do Sul, onde serão pagos 17% do montante e no Nordeste, 15,7%.

As regiões Centro-Oeste e Norte pagarão, respectivamente, 8,8% e 5%.

No agro, a agricultura familiar é a que mais emprega

O Dieese mostra ainda que para o trabalhador dos setores público e privado, que correspondem a 52,3 milhões de trabalhadores, excluídos os empregados domésticos, a estimativa é de que R$ 199 bilhões serão pagos através do benefício até o fim do ano.

A maior parcela a ser paga caberá aos ocupados no setor de serviços (incluindo administração pública), que ficarão com 62,5% do total destinado ao mercado formal; os empregados da indústria receberão 16,1%; os comerciários terão 13,1%; aos que trabalham na construção civil será pago o correspondente a 4,1%, enquanto apenas 4,2% serão recebidos pelos trabalhadores da agropecuária.

Importante frisar que a agricultura familiar é o setor que mais emprega no agronegócio.

Pequenas indústrias não terão dificuldades de pagar 13º

A 9ª rodada da Pesquisa Datafolha, encomendada pelo Sindicato da Micro e Pequena Indústria (Simpi), revela perspectivas mistas para as Micro e Pequenas Indústrias (MPIs) em relação ao fim do ano e ao pagamento do 13º salário. Segundo o estudo, 35% não preveem dificuldades, mas a região Nordeste enfrenta desafios, com 14% relatando dificuldades. A região Sul se destaca com 36% enfrentando mais dificuldades em relação ao ano anterior, sinalizando mudanças econômicas na região.

A fonte principal para pagar o 13º salário será o capital próprio da empresa para 85% das MPIs, demonstrando estabilidade financeira. A região Nordeste se diferencia ao recorrer a empréstimos de outras fontes. A maioria (85%) não vê risco de atraso no pagamento.

Além disso, 21% consideram pagar parte do 13º com produtos ou serviços da empresa, com destaque para o Nordeste, com 36% considerando essa opção. As MPIs estão otimistas quanto às vendas de fim de ano, mas existem desafios no pagamento do 13º salário, com variações regionais significativas. A pesquisa sugere uma dinâmica econômica diversificada no cenário das MPIs, com estratégias adaptadas às circunstâncias locais.

Microempresa (foto da Fenae)

No que diz respeito ao fim de ano, 43% dos dirigentes de MPIs veem o período entre outubro e dezembro como especial para vendas e faturamento, enquanto 39% consideram-no normal, com destaque para 46% das pequenas indústrias. No entanto, 17% o consideram ruim. O Nordeste se destaca, com 52% vendo o período como especial, possivelmente influenciado por tendências econômicas regionais.

A Pesquisa encomendada pelo Simpi e realizada pela Datafolha, o Indicador Nacional de Atividade da Micro e Pequena Indústria, mostra a situação real da categoria. A coleta de dados ocorreu entre os dias 11 e 31 de setembro de 2023, foram realizadas 707 entrevistas.

Quitar dívidas

Dois planejadores mostram como melhor usar o 13º. Primeiramente, o conselho é quitar dívidas. De acordo com João Bertelli, planejador financeiro e sócio da A7 Capital, a primeira parcela do 13º salário pode ser uma oportunidade para organizar as finanças, fazer investimentos ou realizar projetos pessoais.

“A melhor forma de utilizar esse recurso vai depender da realidade e momento financeiro de cada um. O trabalhador pode pagar dívidas, antecipar parcelas de financiamentos, criar ou reforçar sua reserva de emergência, fazer investimentos de médio ou longo prazo ou então realizar algum projeto pessoal como uma viagem de final de ano”, explica.

Segundo o especialista, para quem tem dívidas, a recomendação é primeiro focar em quitá-las para depois investir. “Isso porque o retorno de um investimento dificilmente vai ser maior do que os juros de um empréstimo ou financiamento, que costumam ser altos. Os efeitos dos juros compostos em dívidas podem ser perversos no longo prazo, então o recomendável é evitar essa força contra o bolso”, explica Bertelli. Ele também recomenda que as dívidas do cartão de crédito e cheque especial devem ser priorizadas no momento da quitação, já que costumam ter os juros mais altos que os outros empréstimos.

Pagar impostos

Andre Sandri, educador financeiro e sócio da AVG Capital, indica que o dinheirinho do décimo terceiro pode ser excelente para se preparar para as contas de janeiro como o IPVA, o IPTU e gastos escolares.

“São gastos certos e, se você se planejar, não vão pegá-lo de surpresa. Reservar parte do 13º para essas despesas trará uma paz de espírito inestimável no começo do ano. Já no final do ano, estabeleça um valor máximo para gastos festivos e presentes, evitando assim surpresas desagradáveis no cartão de crédito”, ressalta.

Agora, se depois disso tudo, ainda sobrar um valor, invista!

Sandri comenta que, para investir a primeira parcela do 13º salário, o trabalhador tem diversas opções tanto em renda fixa quanto variável. “Para quem é mais conservador e está montando uma reserva de emergência, o ideal é a renda fixa. Dela, podemos citar, o Tesouro Direto que é uma escolha segura, oferecendo títulos como o Tesouro Selic para liquidez ou Tesouro IPCA para proteção contra a inflação. CDBs, especialmente aqueles com rendimentos acima do CDI, também são boas opções para diversificar”, afirma.

Na renda variável, Sandri comenta sobre a possibilidade de investir em fundos de investimento, especialmente fundos de índice (ETFs), que oferecem diversificação e são uma forma prática de investir na bolsa de valores. “Para quem tem um perfil mais arrojado, ações de empresas com bom histórico de dividendos ou crescimento podem ser interessantes, mas é essencial fazer uma pesquisa cuidadosa antes. Cada opção tem seus próprios riscos e benefícios, por isso, é importante que o investidor avalie seu perfil de risco, objetivos e horizonte de investimento antes de tomar uma decisão”, recomenda.

Matéria atualizada às 11h50 para inserir a pesquisa do Simpi; e também às 12h35 para inserir análise da AVG Capital

Com informações do Dieese, Agência Brasil, Seu Crédito Digital e Acrimat

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