Nem todos os lobbies contra a mudança no modelo de exploração de petróleo usam de subterfúgios. Andrew Derman, sócio do escritório da Thompson & Knight, em Dallas, vai direto ao ponto: “O governo propôs um modelo que poderá complicar um sistema atualmente bem sucedido.” A consultoria, que representa diversas companhias de óleo e gás, construção e fornecedores de serviços em campos de petróleo que possuem negócios no Brasil, não vê no novo sistema um empecilho: “A indústria de óleo e gás funciona com sucesso em uma variedade de sistemas contratuais em todo o mundo e irá se adaptar ao ambiente regulatório”, disse Derman.
Estilo verde
Em greve de silêncio durante o episódio em que a CSN poluiu as águas do Rio Paraíba do Sul, um dos principais fornecedores de água da segunda maior metrópole do país, o Greenpeace reapareceu em grande estilo para protestar contra a futura exploração do pré-sal. Deve ser o que politicólogos denominam da emergência do fator verde na campanha presidencial.
Efeito cascata
Um aumento de um R$ 1 na demanda por automóveis, caminhonetas e utilitários acarreta um aumento de R$ 2,37 na produção da cadeia automobilística e R$ 1,39 nos demais setores, totalizando uma elevação de R$ 3,76 na produção. Os cálculos, com base em dados de 2005, são do Ipea, que divulga hoje análise sobre os impactos da redução do IPI sobre automóveis.
Consumidor
A maior festa de café do mundo não fica no país que é o maior produtor. O Brasil perde para o KrugerKranzchen, em Colônia, Alemanha, que deve obter o título do Guinness. A festa alemã começou no final de semana passado.
Vem de longe
A portaria que trata da atualização dos índices de produtividade nas fazendas brasileiras, anunciada em agosto e que deve ser assinada este mês, corrige uma injustiça de anos. “Os índices estão na mesa do presidente Lula há cinco anos e fui eu que os encaminhei, após descobri-los “na gaveta” do ex-ministro Raul Jungmann (PSDB)”, disse o ex-deputado federal Plínio de Arruda Sampaio, atualmente filiado ao PSOL (SP). “Antes, entregamos ao Miguel Rosseto (ministro da Reforma Agrária de Lula), que os levou a Roberto Rodrigues (ministro da Agricultura no primeiro mandato de Lula), que não aceitou. Então levamos direto ao presidente”, historiou Sampaio, que teme reação da bancada ruralista.
Ele comentou que a produtividade do agronegócio aumentou geometricamente nos últimos 35 anos. “Terra improdutiva não cumpre função social. Assim, é passível de desapropriação.”
Comunicação
Será lançado, nesta terça-feira, às 19h, o Comitê Rio do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC). O evento será no auditório do Sindicato dos Jornalistas, na Rua Evaristo da Veiga 16/17º andar, Cinelândia. Devem participar do lançamento estudantes, jornalistas, profissionais de todas as categorias e representantes de entidades de classe.
Presente e futuro
Ao comparar o fato de o Brasil destinar 13% do PIB a aposentadorias e pensões com investimento de 4,5% do PIB em Educação, o economista e consultor financeiro José Márcio Camargo habilita-se a equiparar-se às grandes contribuições dos economistas ao folclore nacional. Histórias como a do homem que se afogou num rio de profundidade média de 30 centímetros, por ter tido a má idéia de atravessar na margem de quatro metros de profundidade, e a do cidadão que põe os pés no freezer e a cabeça no forno e julga ter temperatura média ótima são fichinha diante da contraposição que Camargo faz entre presente e futuro.
Poderia, porém, lembrar que, enquanto a Educação tem orçamento anual de cerca de R$ 30 bilhões, os beneficiários do Bolsa Juros abocanharam algo como R$ 160 bilhões por ano. Mas esse tipo de discrepância parece não preocupar o consultor.
Quando esteve lá…
A enfática defesa de Camargo da Educação choca-se com o silêncio estrondoso que guardou quando participante do Governo FH, que se pautou pelos baixos investimentos na área. Durante o tucanato – situação que se mantém quase idêntica com Lula – a gastança com juros representava o dobro da soma dos orçamentos anuais de Educação e Saúde.