A Caminho da COP30

Brasil se prepara para a COP30 com avanços no combate ao desmatamento e metas climáticas mais ambiciosas

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COP30

“(…) Na última década, quase 4 bilhões de pessoas sofreram desastres relacionados ao clima. Essa devastação só vai aumentar. Mas a adaptação funciona. Os sistemas de alerta precoce salvam vidas. A agricultura e a infraestrutura inteligentes para o clima salvam empregos. Todos os doadores devem alocar metade de seu financiamento climático para a adaptação. E os bancos públicos e multilaterais de desenvolvimento devem começar o mais rápido possível.

Terceiro: esta COP deve ser um momento de solidariedade. O compromisso de financiamento climático de US$ 100 bilhões por ano, em apoio aos países em desenvolvimento, deve se tornar uma realidade. Isso é fundamental para restaurar a confiança e a credibilidade. Saúdo os esforços liderados pelo Canadá e pela Alemanha para nos ajudar a chegar lá. É um primeiro passo importante — mas atrasa o maior apoio em anos e não oferece garantias claras.

Porém, além dos US$ 100 bilhões, os países em desenvolvimento precisam de muito mais recursos para combater a COVID-19, construir resiliência e buscar o desenvolvimento sustentável. Os que mais sofrem — a saber, os países menos desenvolvidos e os pequenos Estados insulares em desenvolvimento — precisam de financiamento urgente. (…)”

A manifestação acima faz parte do agradecimento final do secretário-geral da ONU, António Guterres, ao primeiro-ministro Boris Johnson e ao presidente da COP, Alok Sharma, pelos esforços empreendidos na Conferência do Clima realizada em 2021, após seis anos do Acordo de Paris, a COP26.

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Em 2025, ano em que o Acordo de Paris completa dez anos, realizaremos no Brasil a COP30, com grande expectativa de manter viva a meta fixada de limitar o aquecimento global em 1,5 grau Celsius, acordada em 2015 no Acordo de Paris.

Embora as pessoas continuem sofrendo com os desastres provocados pelas mudanças climáticas, tal como anunciou Guterres em 2021, vamos levar para a COP30 a imagem de um país que se esforça para fazer o dever de casa, apesar de sermos um dos maiores emissores de gases que causam o chamado efeito estufa, devido à grande perda de florestas.

Os dados divulgados recentemente pelo MapBiomas, a partir do número de alertas, revelam que, em 2024, houve uma diminuição do desmatamento em todos os biomas brasileiros, com exceção da Mata Atlântica. A área total atingida recuou 32,4% em relação a 2023.

Apesar da queda do desmatamento, o Cerrado foi o bioma com a maior área desmatada pelo segundo ano consecutivo (652.197 hectares), seguido pela Amazônia (377.708 hectares) e pela Caatinga (174.511 hectares). A redução do desmatamento na Mata Atlântica foi inexpressiva, principalmente diante das chuvas e enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul em 2024.

Apesar dos esforços dos governos estaduais e federal, os dados preocupam, na medida em que revelam que, em seis anos, o desmatamento no Brasil suprimiu uma área equivalente a toda a Coreia do Sul, correspondente a 9.880.551 hectares de 2019 a 2024, sendo que 67% dessa área desmatada está concentrada na Amazônia Legal.

Se redobrarmos os esforços, com metas mais ambiciosas de desmatamento, conservação e reflorestamento — especialmente com o aproveitamento de áreas já desmatadas para a agropecuária —, muitas oportunidades, como financiamentos e investimentos em créditos de carbono e da biodiversidade, ainda se revelam para o Brasil diante da COP30.

A antiga ideia de que áreas desmatadas são mais valiosas do que as florestas não mais prevalece, a partir do vultoso retorno econômico e social que representa a floresta em pé. E isso certamente restará evidenciado na COP30 e resultará em perspectivas otimistas para o Brasil ao final da conferência.

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