Cidade do México (Xinhua) – A economia do México pode encolher 0,2% em 2025, em meio a impactos na demanda de produtos devido à imposição de tarifas dos Estados Unidos, alertou a Moody’s Analytics na quarta-feira.
Em uma atualização de suas previsões, o braço analítico da agência de classificação de crédito assume que a administração do presidente Donald Trump aplicará uma tarifa de 25% sobre as importações do México a partir do segundo trimestre do ano, com exceção de automóveis.
A tarifa comercial seria reduzida para 10% no terceiro trimestre, uma vez que o governo mexicano ofereça resultados favoráveis em relação às demandas dos EUA sobre tráfico de migrantes e drogas, de acordo com o cenário central da Moody’s Analytics.
“O peso mexicano estará sujeito a pressões de depreciação causadas pelo retorno da aversão ao risco, volatilidade financeira e incerteza sobre o clima de negócios, introduzindo atrasos em investimentos relacionados ao nearshoring e colocando decisões de investimento doméstico em espera”, alertou.
Parte da inflação mais alta dos EUA, resultante de impostos sobre comércio exterior, será exportada para o México por meio dos preços de insumos importados por fabricantes mexicanos, observou a Moody’s Analytics.
Além disso, a possibilidade de medidas retaliatórias pelo México também alimentará apostas em maiores pressões inflacionárias e mais ajustes de preços, o que levaria a inflação local a flutuar entre 4,0 e 5,0 por cento. “No final das contas, a economia será afetada pelas tarifas por meio de sua balança comercial”, enfatizou o documento preparado pelo diretor da América Latina da empresa, Alfredo Coutiño.
A demanda por exportações sofrerá um duplo impacto: o primeiro impacto direto do efeito preço das tarifas e o segundo da desaceleração da demanda dos Estados Unidos.
A economia mexicana, a segunda maior da América Latina depois do Brasil, verá uma ligeira recuperação em 2026, com crescimento de 1,5%, previu a Moody’s Analytics. O Produto Interno Bruto (PIB) do México desacelerou em 2024, crescendo 1,5%, acima dos 3,3% do ano anterior, de acordo com os números oficiais mais recentes.