Um dos principais caminhos é o fortalecimento do comércio
Mesmo com a crise longa e persistente, que se agravou na pandemia e ainda afeta a população e todos os setores da economia, o Rio de Janeiro começa a dar sinais de recuperação: sinais tímidos, é bem verdade, mas que despertam a esperança de retomarmos o caminho do crescimento econômico e do desenvolvimento social.
Com essa perspectiva, por mais óbvio ou repetitivo que possa parecer, é importante lembrar que o comércio é peça fundamental em qualquer plano que almeje a revitalização do estado do Rio de Janeiro, começando pela sua capital.
O comércio cria diversas oportunidades de trabalho diretas e indiretas: lojas de rua, shopping centers e outros estabelecimentos comerciais empregam milhares de pessoas, desde vendedores e caixas até gerentes e equipes de suporte. Empregos significam o aumento do poder de compra da população, o que impulsiona a demanda por produtos e serviços e beneficia outros setores, criando o tão desejado círculo virtuoso da economia. Além disso, o comércio é um importante gerador de receitas para o Estado, recursos essenciais para que o governo possa investir em áreas como saúde, educação, infraestrutura e segurança pública, que impactam diretamente a qualidade de vida da população.
No entanto, apesar de sua relevância, não é de hoje que o comércio do Rio de Janeiro é relegado a um segundo plano, enfrentando adversidades que afetam o seu desempenho e a sua competitividade. Hoje, o comércio do Rio luta contra uma conjuntura nefasta: a carga tributária injusta sobrecarrega o setor, somando-se aos índices de inflação, endividamento, inadimplência e desemprego ainda altos, que retraem o consumo. Além disso, há as conhecidas mazelas que causam tristeza e transtornos à população, afastam visitantes e prejudicam a atração de novos investimentos: desordem urbana e falta de segurança atingem todos os bairros e áreas comerciais da cidade, que convivem com violência, ambulantes ilegais, manutenção precária dos logradouros públicos, população de rua crescente e problemas de mobilidade urbana, entre muitos outros.
Nesse contexto, nunca foi tão necessário apoiar o comércio do Rio com medidas que possam assegurar o seu funcionamento pleno e, assim, propiciar as condições para que o setor volte a desempenhar o seu papel de promotor do desenvolvimento.
Para reverter este quadro e posicionar o comércio do Rio no seu devido patamar de importância social e econômica, o SindilojasRio e o CDLRio têm atuado incessantemente, criando e ampliando canais de interlocução com diferentes níveis e órgãos dos poderes executivo e legislativo municipal, estadual e federal, visando a construir, conjuntamente, soluções e políticas públicas para atender as necessidades prementes do setor.
Por fim, mas não menos importante, o SindilojasRio e o CDLRio registram o seu repúdio à proposta legislativa que iria desviar 5% dos recursos do Sesc e do Senac para ações da Embratur de divulgação do Brasil no exterior, destacando que a união e a força das entidades representativas do comércio foram decisivas para barrar um erro que provocaria enorme prejuízo à população mais carente em todo o país. No último dia 30 de maio, a Lei nº 14.592/2023 foi publicada no Diário Oficial da União, com o veto presidencial aos seus artigos 11 e 12, que previam tal absurdo.
Aldo Gonçalves é presidente do SindilojasRio e do CDLRio.