A importância do dinheiro físico no mundo digital

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Banco 24 Horas (Foto: divulgação)
Banco 24 Horas (Foto: divulgação)

Mais da metade dos brasileiros guardam papel-moeda em casa

 

No início do século 20, quando surgiu a televisão no mundo, acreditava-se que o rádio iria acabar. Depois, quando chegou a internet, ainda no fim do século passado, havia quem dissesse que era o fim da televisão. Mais recentemente, com a chegada das redes sociais, dos serviços de streaming e dos podcasts, foi, novamente para alguns, o momento de anunciar o desuso do rádio e da televisão.

Chegamos ao momento presente, com o rádio, a televisão, a internet, as redes sociais e as novas mídias convivendo. Nenhum dos meios foi extinto. A história e o dia a dia nos mostram que há espaço para a diversidade, pois há e sempre haverá necessidades e circunstâncias diferentes.

O mesmo acontece com o mercado financeiro e os meios de pagamentos: desde a popularização do cheque há especulações sobre o fim do uso do dinheiro físico. De concreto, podemos afirmar que o papel-moeda continua firme e forte.

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Uma pesquisa realizada recentemente pelo Instituto Locomotiva sobre a “Relação dos brasileiros com serviços financeiros e com caixas eletrônicos”, identificou que vivemos, na prática, a convivência entre os meios físicos e digitais, com forte presença do dinheiro físico e dos caixas eletrônicos no cotidiano da população do Brasil.

O estudo, encomendado pelo Banco24Horas, traça um cenário da bancarização, do relacionamento com o setor bancário, os meios de pagamentos e os caixas eletrônicos, e aponta que 63% dos brasileiros têm o costume de utilizar dinheiro físico com frequência. O levantamento mostra ainda que um terço das classes D e E tem o dinheiro vivo como principal meio de pagamento. Em pleno 2022? Sim.

O uso do dinheiro é motivado por diferentes razões complementares: forma de recebimento da atividade laboral, estratégia para receber descontos e o maior controle dos gastos mensais. A pesquisa mostra que 22% recebem, ao menos, parte de seus rendimentos em dinheiro. As classes mais baixas, os não bancarizados e pessoas entre 35 e 44 anos destacam-se no recebimento dos ganhos em espécie.

A aceitação exclusiva do dinheiro como meio de pagamento no estabelecimento representa 20% dos entrevistados, chegando a 27% na classe C. Mas destacam-se ainda: o costume (16%); a obtenção de descontos (15%), a segurança de sair apenas com o dinheiro necessário (11%) e ainda como meio de controle de gastos (9%), índice que chega a 15% para as pessoas com mais de 45 anos. Diante desse cenário, mais da metade dos brasileiros guardam dinheiro em casa, seja para uso no dia a dia ou para emergências.

Não podemos esquecer que vivemos em um país com dimensão continental e com uma população muito heterogênea, que enfrenta diferentes realidades. Uma pessoa no interior da região Norte do País não tem o mesmo comportamento e a mesma disponibilidade de recursos e de conexão à internet que uma pessoa que vive em um grande centro urbano, por exemplo. Precisamos deixar à disposição das pessoas as soluções em diferentes formatos para que elas possam utilizar dentro de suas condições e contextos.

Todos esses fatos explicam também porque 86% dos entrevistados utilizam o caixa eletrônico no País, o equivalente a 136 milhões de pessoas. Desse total, 53% usam o equipamento no mínimo uma vez por mês e 42% fazem transações de saque no dia a dia e 41% para emergências.

Outro dado interessante que ratifica a questão de o papel-moeda ser tão bem aceito pela população é que a pesquisa, feita de forma online, contou com uma amostra de 1.182 internautas de todas as regiões do País. Portanto, são pessoas conectadas e, mesmo assim, que gostam de usar dinheiro físico.

Ou seja, um meio não exclui o outro. Seja diante de dados técnicos ou da realidade da vida, a convivência complementar entre os meios de pagamento é concreta. Há fortes indícios de que o público procura esta variedade e que continuará desejando ter opções convenientes com cada momento e o dinheiro em espécie faz e continuará fazendo parte de portfólio do sistema financeiro brasileiro.

 

Marcos Mazzi é gerente executivo do Banco24Horas.

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