A insegurança energética voltou a assombrar os brasileiros

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energia elétrica
Foto aérea tirada em 21 de dezembro de 2020 mostra linhas de transmissão de energia de ultra-alta tensão transportando energia eólica gerada na Liga Xilingol, Região Autônoma da Mongólia Interior, norte da China. (Xinhua/Pengyuan)

O Brasil vem superando os recordes do consumo de energia. O último registrado mais recentemente, de acordo com a ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), foi em 07 de fevereiro, quando atingiu 101.860 MW (megawatts). Até então, o pico havia sido registrado em novembro de 2023, com 101.475 MW, quando o calor causou transtornos em grande parte do Brasil.

Paralelamente, outro dado voltou a assombrar os brasileiros no final do ano passado. O indicador de continuidade na distribuição de energia (DEC), vem se deteriorando após um período de evolução desde o pico na falta de distribuição de energia ocorrida em 2011, ano em que o país sofreu com crise energética e um grande apagão.

O DEC indica a quantidade de horas de energia não entregue pelas distribuidoras para seus clientes, incluindo entre eles empresas, residências, comércio, hospitais e demais setores vitais para a sociedade.

Em algumas regiões, esse índice superou 70 horas em 2023, representando falha de quase três dias inteiros em média na eletricidade que deveria ser entregue para os clientes, demonstrando o alto risco para situações que não contam com sistemas alternativos.

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A proibição da expansão da geração de energia no país por hidroelétricas com grandes reservatórios e sua substituição parcial por fontes renováveis e térmicas, embora defensável do ponto de vista ambiental, trouxe, porém, desafios extras. Além do custo mais elevado para os consumidores, existe ainda a intermitência na geração por fontes fotovoltaica ou eólica num momento em que o país tem sequência de recordes na demanda por energia.

Tudo isso, somando-se com a expansão da população do país e atividades econômicas que estão migrando das grandes metrópoles das regiões sul e sudeste para localidades mais remotas no interior que esbarram na complexidade da distribuição e, consequentemente, aumentam os custos para as principais concessionárias que atuam nessas localidades.

Os efeitos climáticos também são outro fator que impacta a segurança energética, como pudemos observar, por exemplo, o drama vivido pela maior cidade do país, São Paulo, que sofreu com inéditos cinco dias seguidos sem luz elétrica.

A boa notícia é que as soluções alternativas para maior segurança estão mais acessíveis e eficientes. O último ano também foi de grande investimento na expansão de alternativas temporárias de geração ou como backup, seja com fontes térmicas como o biodiesel ou o gás, como por meio de sistemas que também utilizam baterias. Mais do que isso, o período marcou grande expansão da oferta na modalidade de aluguel dessas soluções, com a expansão da capilaridade de empresas que atuam nesse setor.

Giuliano Michel Fernandes é head de inteligência e marketing na Tecnogera.

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