A rapidez com que se mobilizam personagens, de dentro e de fora dos três

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Poderes, para exigir mudanças nos modos de tratamento aos brasileiros sob investigação da Polícia Federal não confirma apenas o poder de indignação provocado em setores da elite pela prisão de acusados de crimes de colarinho branco. Indica ainda que, se condenados e mantidos encarcerados por reduzido número de anos, alguns poucos desses filhos da brasilidade fariam muito mais pela melhora das condições carcerárias do país do que 500 anos de estudos sobre o mesmo tema.

Rebaixamento
Foi emblemático que, um dia após um pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apresentar ao país a neoclasse média, aquela de renda residencial de R$ 1 mil, o Ministério da Educação informar  o país que apenas 1,5% das universidades brasileiras é digna da nota máxima na avaliação do Conceito Preliminar do Curso (CPC). Pelo mesmo critério, o MEC reprovou 508 cursos privados, que também representaram 87% das desaprovadas. Só aparentemente isoladas, as duas informações se complementam para configurar o novo retrato das ambições de um país sem projeto nacional.
Por um lado, a venerável FGV permite que sua grife sirva de plataforma para um exotismo sociológico: uma família com cinco pessoas, na qual um dos cônjuges ganhe dois salários mínimos e o outro, desempregado, faça bicos de meio salário mínimo, seja elevada ao patamar de classe média. Esse, porém, não é o único rebaixamento dos objetivos nacionais. Ao reprovar um elevado número de universidades privadas de ensino, o MEC coloca em xeque outro símbolo dessa política de desenvolvimento de segunda linha: o ProUni.
Um dos outdoors da publicidade oficial, esse programa demanda nota de corte de apenas 4,5 para conceder bolsas pagas com dinheiro público em estabelecimentos, que, em tese, deveriam ser universidades. Mesmo com tão exígua exigência, os alunos bolsistas têm desempenho superior aos demais, por razão, tão simples razão, quanto trágica: destes não se exige qualquer nota mínima de ingresso, a não ser, por óbvio, aquelas com que se paga as mensalidades.
Tudo somado, tem-se um Brasil, que, da desambição da sua elite por interesses que não apenas alguns mais imediatos, necessita rebatizar fenômenos, que, até passado recente, provocavam mais constrangimento do que euforia.

Migração
Preocupado com a pesquisa que mostrou Niterói à frente da capital do estado em poderio econômico, o prefeito Cesar Maia, desdenhou a cidade vizinha, dizendo que a renda lá é maior porque muitos moradores trabalham no município do Rio. A pergunta que deveria estar se fazendo, porém, entre um intervalo e outro na Internet, é: por que as pessoas preferem morar do outro lado da ponte, e não na capital?

Terceirizada
Responsável há sete anos pelos serviços de manutenção do CPD da Vale, a Álamo Engenharia assumiu também os serviços de manutenção predial. Os dois novos contratos, que englobam as instalações no Complexo Industrial de Tubarão e as estações e os pátios ao longo da Estrada de Ferro Vitória-Minas, têm duração de dois anos e valor superior a R$ 10 milhões. Para realizar esses serviços, a Álamo formou uma equipe de atendimento exclusivo para a Vale, com cerca de 100 funcionários.

Espaço Publicitáriocnseg

Cultura chama
A venda de livros porta-a-porta cresce no Brasil, tornando-se uma boa oportunidade de negócios, um importante canal de distribuição de produtos e uma alternativa de acesso à cultura. Na próxima Convenção Nacional da Associação Brasileira de Difusão do Livro (ABDL), que acontece dia 13 próximo, no Hotel Holiday Inn (auditório, em São Paulo, das 8h30m às 18h), haverá painel sobre o tema “O Livro Porta-a-Porta no Século XXI”. O evento antecede à Bienal do Livro de São Paulo e tem participação exclusiva dos associados da ABDL – editoras, atacadistas, distribuidores e crediaristas (empresas que vendem a crédito para o consumidor final).

Negócios
O prêmio “Sinceridade do Mês” vai por antecipação para a vice-presidente do Banco Mundial (Bird) para a América Latina, Pamela Cox. Ao ser perguntada para quê serve o relatório “Fazendo Negócios”, divulgado pelo banco, mas que não é utilizado como critério para empréstimos nem mesmo pelo próprio Bird, ela admitiu: o relatório serve para os governos pressionarem os Parlamentos a adotar as “reformas” que o banco deseja.

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