Apesar da recuperação na indústria chinesa, a fraqueza no consumo e no imobiliário pesaram na atividade, fazendo o PIB chinês do segundo trimestre decepcionar o consenso, levando a dia negativo para as Bolsas na Ásia e na Europa, enquanto futuros nos EUA se preparam para semana de resultados corporativos importantes. Os sinais de atividade global fraca levam à queda das taxas de juros, enquanto dólar opera sem direção definida, com as moedas europeias nas máximas desde março de 2022. Commodities caem, sentindo os dados chineses fracos. Por aqui, semana começa com IBC-Br, com as atenções voltadas para o Boletim Focus, em meio a sinais de estagnação da convergência das expectativas para a meta de inflação. A abertura deve ser negativa para o Ibovespa e para os juros. Dólar deve abrir com viés de alta.
Na Ásia, em dia sem negociações em Tóquio, Bolsas fecharam em queda na maioria, após decepção com PIB chinês. Na China, PIB cresceu 0,8% no segundo trimestre, expandindo 6,3% (ante expectativa de 7,1% a/a) ante mesmo período do ano passado. Produção industrial acima do esperado, com a taxa interanual subindo de 3,5% para 4,4% (ante expectativa de 2,7% a/a) em junho. Vendas no varejo abaixo, com a taxa interanual afundando de 12,7% para 3,1% (ante expectativa de 3,2% a/a) em junho. Na agenda, ata do RBA (o BC australiano) às 22h30.
Na Europa, com as ações de consumo sentindo o PIB chinês mais fraco, Bolsas operam com leve viés negativo. Na Itália, o HICP subiu 0,1% em junho, somando 6,7% (prévia 6,7% a/a) em 12 meses. Na Zona do Euro, déficit comercial de € 0,9 bi (ante expectativa de € -10,3 bi) em maio, com exportações de € 239,1 bi (-2,3% a/a) e importações € 240,0 bi (-12,9% a/a). Em 12 meses, a balança acumula déficit de € 225,2 bi (-1,6% do PIB). Hoje, relatório mensal do Bundesbank (de julho) às 7h. Frank Elderson (BCE) fala às 9h15.
Nos EUA, sentindo o momentum global negativo, futuros operam próximos da estabilidade. Preços de importados caíram 0,2% em junho, acumulando -6,1% (ante expectativa de -6,1% a/a) em 12 meses, mínima desde junho de 2020. A confiança do consumidor da Universidade de Michigan subiu de 64,4 para 72,6 pontos (ante expectativa de 65,5) em julho, máxima desde outubro de 2021. A inflação esperada para os próximos 12 meses subiu de 3,3% para 3,4% (ante expectativa de 3,1%) e para os próximos cinco anos subiu de 3,0% para 3,1% (ante expectativa de 3,0%). Hoje, índice Empire State (julho) às 9h30.
Aqui no Brasil, a elevação na expectativa de inflação das famílias americanas, a indigestão com os balanços dos bancos em Nova Iorque e a decepção nas vendas no varejo em pesaram no mercado local, com o Ibovespa fechando em 117.710 pontos (-1,30%), com ações cíclicas liderando as perdas. Na semana, o Ibovespa caiu 1,0%. A correção na curva de DI futuro continuou, com a alta dos juros em Nova Iorque pesando na sessão, com a curva inclinando, com os vértices de médio e longo prazo subindo cerca de 10 pontos. No câmbio, o enfraquecimento global da moeda americana beneficiou o real, com o dólar fechando em R$ 4,80 (0,11%). Na semana, o dólar caiu 1,48%.
Com quatro dos oito setores apresentando queda, vendas no varejo vieram pior que o esperado (ante expectativa de -0,3%), recuando 1,0% (-1,0% a/a) em maio de 2023, segunda queda seguida. Na mesma toada, as vendas ampliadas decepcionaram (ante expectativa de -0,3%), caindo 1,1% (3,0% a/a) na margem, mesmo com a recuperação nas vendas de veículos. Na agenda, IGP-10 (julho de 2023) e IPC-S (do último dia 14) às 8h, boletim Focus (do mesmo dia) às 8h25, IBC-Br (de maio) às 9h e balança comercial (também de 14 de julho) às 15h. Diogo Guillen (do BCB) fala às 14h.Ótima segunda-feira!
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Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos
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