A melhora de indicadores econômicos, como a alta do índice de confiança dos consumidores, do emprego e da massa salarial recorde, e a desaceleração da inflação (medida pela FGV) contribuíram para que o sistema de franquias registrasse um crescimento de 12,1% em sua receita no terceiro trimestre comparado a igual período do ano passado. É o que indica a Pesquisa Trimestral de Desempenho realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). O faturamento passou de R$ 62,676 bilhões para R$ 70,231 bilhões no período. Em 12 meses, a variação foi de 14,4%, passando de R$ 231,584 bilhões para R$ 264,874 bilhões.
Segundo o estudo, além disso, outros fatores também contribuíram para esse desempenho positivo. Entre eles estão o aumento das vendas no varejo, beneficiado, por exemplo, pelo Dia das Crianças; a alta de 1% do setor de serviços em setembro (IBGE) e da capacidade instalada da indústria, que atingiu seu melhor nível; e o crescimento mais disseminado nos diversos setores da economia, exemplificado no consumo de bens duráveis, tais como imóveis.
De acordo com o levantamento, quanto à abertura e ao fechamento de operações de associados ABF que responderam a pesquisa de desempenho, houve 4,8% mais operações de franquias inauguradas entre julho e setembro deste ano comparado aos mesmos meses de 2023, com um percentual de encerramento de 1,5%. O saldo positivo, portanto, foi de 3,2%. Os repasses tiveram pouca variação, com um índice de 1,1% frente a 0,9% no período pesquisado. Considerando a extrapolação de mercado, no terceiro trimestre houve um acréscimo de 4.162 operações, totalizando 195.508 franquias e demonstrando que o franchising segue expandindo no país. Já em relação aos empregos, o número de trabalhadores diretos do sistema de franquias chegou a cerca de 1,7 milhão de pessoas, passando de 1,645 milhão para 1,692 milhão no período analisado.
Apesar do desempenho consistente e robusto, o mercado de franquias continua a enfrentar desafios como a dificuldade na contratação e retenção de mão de obra, o elevado custo financeiro (que tende a crescer ainda mais com elevação do juro básico) e a necessidade constante de ajuste operacional frente a dinâmica do mercado e a evolução do comportamento do consumidor.
Ainda de acordo com o levantamento, nos meses de julho a setembro, como observado nos trimestres anteriores, a pesquisa da ABF revelou que todos os 12 segmentos listados pela entidade cresceram em relação a igual período de 2023. Entre os que registraram faturamento igual ou maior que 12,1% (desempenho do mercado total de franquias no período pesquisado), entretenimento e lazer se destacou em primeiro lugar, com receita 15,3% maior. O segmento foi beneficiado justamente pela melhora da conjuntura econômica, da demanda reprimida pela pandemia, estimulando a busca dos consumidores por lazer e turismo.
Alimentação/food dervice ficou em segundo lugar, com alta de 14% no faturamento. Fatores como o aumento da frequência do trabalho presencial nas empresas, a abertura de lojas, o crescente movimento nos shoppings, com a oferta de mais serviços, além da manutenção do delivery justificam esse crescimento.
O terceiro melhor desempenho ficou com limpeza e conservação, com receita 13% maior. Além de ser favorecido também, como os demais, pela melhora dos indicadores econômicos, o segmento refletiu, ainda, a alta registrada no setor de serviços e o bom desempenho dos serviços de lavanderia. Na sequência, se destacaram também hotelaria e turismo, e saúde, beleza e bem-estar, ambos com faturamento 12,7% maior em relação ao terceiro trimestre do ano passado; educação (12,6%); comunicação, informática e eletrônicos (12,4%), e serviços e outros negócios (12,3%).
A pesquisa refere-se ao período de julho a setembro e envolveu uma base amostral com 400 redes respondentes que representam aproximadamente 40% do faturamento e 31% das operações de franquias.
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