Nas rodovias federais brasileiras em 2020, foram 63.447 acidentes – queda de 5,9% em relação a 2019 (67.427). O número de mortes no ano passado, por sua vez, foi de 5.287, uma redução de 0,8% na comparação com 2019 (5.332), indicando que, embora tenha havido menos acidentes, eles foram mais letais.
Esses dados constam do Painel CNT de Consultas Dinâmicas de Acidentes Rodoviários, que foi atualizado na última quinta-feira, com os números de 2020. Os dados são da Polícia Rodoviária Federal. No painel, é possível realizar pesquisas interativas sobre números gerais e, também, filtrar e cruzar informações com as ocorrências entre 2007 e 2020.
A rodovia com o maior número de acidentes, ao longo do ano passado, foi a BR-101, onde foram contabilizadas 8.715 ocorrências. Em relação ao número de mortes, a BR-116 pode ser considerada a rodovia que mais mata. Somente em 2020, foram 690 vidas perdidas nessa via. O custo estimado de todos os acidentes em rodovias federais foi de R$ 10,22 bilhões.
O presidente da CNT, Vander Costa, comenta que os índices de acidentes, especialmente os com vítimas fatais, revelam a necessidade de investimentos efetivos em infraestrutura rodoviária, na formação dos condutores e na ampliação de campanhas educativas com foco na segurança no trânsito.
Segundo o estudo, o Brasil registrou 14 mortes nas rodovias federais a cada dia em 2020. O tipo mais frequente de acidentes com vítimas é a colisão; 54,8 % das mortes ocorreram aos finais de semana – sexta-feira (14,6%), sábado (17,8) e domingo (22,4%).
Ainda de acordo com o levantamento, 81,8% dos mortos em acidentes são do sexo masculino.
Foram 81 acidentes com vítimas a cada 100 km de rodovia federal no Brasil em 2020. As BR-116 e BR-101 são as que mais matam no Brasil. Sudeste e Sul concentram os maiores índices de acidentes com vítimas. Rodovias do Nordeste são as que mais matam no Brasil. Minas Gerais é campeã em número de mortes e de acidentes nas rodovias federais. Distrito Federal registra cinco vezes mais acidentes por 100 km do que a média nacional. Maranhão, Tocantins, Bahia, Piauí e Alagoas registram os acidentes mais graves. Rodovias do Paraná concentram mais mortes de ciclistas. E o Nordeste é a região com maior número de mortes de motociclistas.
Já o número de passagens por pedágios em dezembro apresentou recuo em relação ao período pré-pandemia. Segundo o Índice de Frete e Pedágio Repom (IFPR), o ritmo de passagens nas praças de pedágio das rodovias brasileiras em dezembro foi 4% menor que em janeiro e fevereiro de 2020. O volume de movimentações registrado pelo índice da Repom, marca da Edenred Brasil, líder em soluções de gestão e pagamento de despesas para frota própria e terceirizada, foi bastante similar a novembro.
Considerando as passagens realizadas por tipo de veículo, os veículos pesados apresentaram pequena variação em relação ao período pré-pandemia, com redução de 0,8%, o que confirma a desaceleração da taxa. Em outubro, o volume estava 13% maior que em janeiro e fevereiro; em novembro, houve queda e o saldo positivo estava em 7%. Em relação aos veículos leves e médios, o cenário continuou negativo e registrou o mesmo índice de outubro, de 6,5% de recuo nas passagens.
As grandes rodovias também apresentaram volume reduzido de passagens por pedágios em dezembro, se considerado o período pré-pandemia. A SP-021, Rodoanel Mário Covas, teve redução de 9,7% no volume de passagens registrado no mês. Em abril e maio, esse índice foi de 22% de recuo. A SP-330, Rodovia Anhanguera, também não apresentou volume maior que em janeiro e fevereiro do ano passado: foram 5,7% menos em dezembro. Já a BR-116, rodovia litorânea que se inicia no Ceará e termina no Rio Grande do Sul, apresentou volume 4,6% menor.
Nos estados, dezembro registrou reduções na comparação com novembro em quase todas as unidades federativas. A exceção foi Minas Gerais, cuja movimentação foi 5% maior. Mato Grosso, com recuo de 9%, e Santa Catarina, cujo volume de passagens apresentou redução de 3%, tiveram as maiores quedas.
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