Acordo entre Casa Branca e Câmara dá tom positivo às Bolsas nesta manhã

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Cotações (ilustração Pixabay)

Em semana de payroll, o acordo para extensão da dívida entre Casa Branca e Câmara dá um tom positivo às Bolsas nesta manhã, em meio a liquidez reduzida devido a feriados nos EUA e na Europa. Na Ásia, no entanto, a divergência entre China e Japão persiste, com Tóquio fazendo máximas desde 1990. Juros operam com leve viés de queda e moedas tem sessão mista, com o dólar subindo ante moedas de países emergentes. Commodities sobem, com minério de ferro tentando firmar acima dos $ 100. Por aqui, agenda tranquila, em semana carregada de dados, com destaque para a fala de Campos Neto, no Ceará, a partir das 19h30, com os investidores atentos à tramitação do arcabouço fiscal no Senado. O clima de alívio global deve levar à uma abertura positiva para os ativos locais, com os juros sendo pautados pela revisão das projeções de IPCA e Selic no Focus.

Na Ásia, as Bolsas fecharam em alta, na maioria, em meio ao alívio no cenário de riscos após acordo entre Casa Branca e Câmara para elevação do teto da dívida. Na agenda, taxa de desemprego no Japão (de abril) às 20h30.

Na Europa, em sessão de liquidez reduzida, Bolsas operam em alta, em meio ao clima de alívio global, com automóveis e bancos liderando os ganhos. Na Turquia, a lira fez nova mínima, após Erdogan ser reeleito ontem. Hoje, balança comercial da Itália (de abril) às 6h.

Nos EUA, em meio ao feriado do Dia Memorial, futuros sobem, apoiados pelo acordo em Washington. A balança comercial teve déficit de US$ 96,8 bi (ante expectativa de US$ -85,9 bi) em abril, acumulando US$ 1,10 tri (-4,2% do PIB) em 12 meses. Gasto das famílias com consumo acima do consenso (ante expectativa de 0,5%), crescendo 0,8% (6,7% a/a) em abril. A renda expandiu 0,4% (ante expectativa de 0,4%) na margem, subindo 5,4% ante abril de 2022. Com isso, a taxa de poupança das famílias atingiu 4,1% (0,5% a/a). A inflação PCE subiu 0,4% em abril, acumulando 4,4% (ante expectativa de 4,3% a/a) em 12 meses. O núcleo do PCE também acima (ante expectativa de 0,3%), avançando 0,4% (4,7% a/a). Núcleo das encomendas de bens duráveis abaixo do consenso (ante expectativa de -0,1%), caindo 0,2% (-2,0% a/a) em abril. Núcleo de bens de capital acima do consenso (-0,1%), saltando 1,4% (1,1% a/a). A confiança do consumidor da Universidade de Michigan caiu de 63,5 para 59,2 pontos (prévia 58,0) em maio de 2023, mínima em seis meses, com a inflação esperada para os próximos 12 meses caindo de 4,6% para 4,2% (prévia 4,5%) e a dos próximos 5 anos indo de 3,0% para 3,1% (prévia 3,2%). Joe Biden e Kevin McCarthy afirmaram que chegaram a um acordo “em princípio” para elevar o teto da dívida, mantendo as despesas ex-defesa congeladas em 2023 e 2024. O texto deve ser votado na quarta-feira.

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No Brasil, a alta dos preços de commodities, a alta das Bolsas em Nova Iorque, após dados de atividade fortes e otimismo com o acordo sobre o teto da dívida, impulsionaram o mercado local, com o Ibovespa fechando aos 110.762 pontos (0,64%). Na semana, o Ibovespa ficou praticamente estável (0,03%). A queda no dólar, a baixa nas taxas de juros internacionais e o otimismo com o ciclo de queda de inflação local levaram a recuo na curva de DI futuro, com o vértice de janeiro de 2027 fechando abaixo de 11%, na mínima desde abril de 2022. Na Seaman, a curva caiu entre 10 e 35 pontos. No câmbio, a alta das commodities e a menor aversão ao risco global beneficiaram o real, com o dólar fechando em R$ 4,99 (-0,93%). Na semana, o dólar caiu 0,14%.

As maiores remessas de dividendos, juros e lucros fizeram o déficit em conta-corrente atingir R$ 1,7 bi (ante expectativa de R$ -0,2 bi) em abril, acumulando R$ 54,0 bi (-2,8% do PIB) em 12 meses. Os investimentos estrangeiros diretos (IDP) somaram R$ 3,3 bi (ante expectativa de R$ 4,6 bi), com o IDP líquido atingindo R$ 1,0 bi, somando R$ 51,8 bi (2,6% do PIB) em 12 meses. O INCC acelerou de 0,23% para 0,40% (ante expectativa de 0,30%) em maio de 2023, acumulando 6,33% em 12 meses, mínima desde outubro de 2020. A piora no setor de infraestrutura pesou na confiança do setor de construção da FGV, que caiu de 95,4 para 94,0 pontos (-2,4% a/a) em maio de 2023. Fernando Haddad afirmou que defende a meta de inflação com horizonte contínuo, mas que a discussão será feita na reunião do CMN de junho de 2023, além de prever que o PIB pode crescer até 2% em 2023. Na agenda, Relatório Focus (do último dia 26) às 8h25 e dívida pública federal (abril) às 14h30. Campos Neto fala às 19h30.

Ótima segunda-feira!

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Nicolas Borsoi

Economista-chefe da Nova Futura Investimentos

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