Açúcar refinado e maracujá foram os vilões do supermercado em 2021

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Supermercado (Foto: Tânia Rêgo/ABr)
Supermercado (Foto: Tânia Rêgo/ABr)

Neste ano a inflação oficial do Brasil deve fechar nos dois dígitos. Desde 2015 que isso não acontece. Os energéticos, os componentes tecnológicos (veículos e linha branca) e também os alimentos contribuíram para a alta dos preços, que persistem no patamar elevado mesmo em meio ao baixo crescimento da atividade econômica. Nesse cenário, o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) fez uma lista com os 10 alimentos que mais dispararam e os 10 que mais recuaram nos últimos 12 meses, esses ajudando a segurar um pouco o ímpeto inflacionário.

O açúcar refinado, no topo da lista, subiu 53,05% nos últimos 12 meses, de acordo com o IPC-DI/FGV (novembro de 2021). Resultado semelhante teve o maracujá (52,02%), seguido por filé mignon (39,07%), café em pó (38,69%) e alimentos preparados e congelados de carne bovina (33,71%). Já o frango em pedaço subiu 28,68%. Do lado negativo, a boa notícia veio das frutas: o preço do limão caiu 18,50%, o da maçã 16,30% e o da banana da terra recuou 11,05%. Já o arroz variou -8,27% e o feijão mulatinho -2,02%.

“Boa parte da inflação que sofremos em 2021 é culpa do cenário climático que castigou a produção agrícola brasileira até meados de outubro, com um impacto forte nas proteínas, altamente dependentes do milho e da soja para compor sua alimentação. Mesmo agora com a melhoria no cenário climático, há alguma demora no repasse da queda pela cadeia, além de outros custos que ainda impactam esse mercado, como o diesel em virtude do preço dos fretes”, analisa o economista Matheus Peçanha, pesquisador do IBRE, responsável pelo levantamento.

Já segundo o levantamento do Radar Scanntech de novembro, o varejo alimentar continua crescendo em valor e caindo em unidade, reafirmando o resultado dos meses anteriores que vêm mostrando a desaceleração de crescimento em vendas ao longo do ano em todos os canais do país.

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De acordo com o estudo, no acumulado de 2021 o crescimento das vendas em valor (+5,2%) segue abaixo da inflação e com retração em unidades (-7,4%), e o mês de novembro teve crescimento ainda menor (+2,5) que os demais meses no ano, enquanto a queda (-6,6%) em unidades ameniza quando comparado com a média de 2021 (-7,4%).

As regiões Norte (+6,3%) e Sul (+6,3%) são as que têm maior crescimento de vendas em valor, enquanto São Paulo destoa das demais regiões, com crescimento acima da média nacional no atacarejo regional (+10,9%) e o menor crescimento no formato supermercados (+2,5%).

O estudo revela que a frequência de loja teve queda pelo segundo mês seguido quando comparado à 2020. Por outro lado, o tíquete médio em valor segue estável, mas com o aumento dos preços no ano, reafirmando que os consumidores continuam gastando mais e levando menos produtos para casa.

Entre as top 20 categorias com maior crescimento em valor, o destaque de novembro vai para óleo, arroz, café moído, açougue, aves e açúcar, impulsionado pelo aumento de preços, já que em unidades apresenta retração. Apenas chocolate, petiscos snacks e energéticos crescem em unidades.

Já as top 20 categorias de maior retração são: cerveja, eletrodomésticos e álcool em gel, que contribuem (62,9%) para a queda.

O Radar Scanntech de novembro revela que as vendas no varejo alimentar foram fracas mesmo em um mês que possui uma semana de destaque diante das oportunidades de consumo na Black Friday, vendendo 38% acima da média das demais semanas do ano. O estudo revela que metade das categorias historicamente mais buscadas neste período tiveram vendas mais fracas (-4%) quando comparado com o ano de 2020, enquanto algumas novas categorias aparecem como destaque, crescendo (+142%).

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