O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, disse nesta terça-feira que a adesão da Etiópia ao Brics é vantajosa, pois o grupo promove a estrutura de cooperação Sul-Sul. O primeiro-ministro fez as observações ao discursar na Câmara dos Representantes do Povo da Etiópia (HoPR), a câmara baixa do parlamento etíope.
Ao responder às questões levantadas pelos membros do parlamento etíope, Ahmed disse que as perspectivas diplomáticas e de política externa do país da África Oriental se baseiam no benefício mútuo, respeitando o interesse nacional e a soberania do país, garantindo ao mesmo tempo os seus benefícios socioeconômicos, geográficos e históricos.
“A adesão da Etiópia ao Brics baseia-se no fato de promover a cooperação Sul-Sul. Dado que a Etiópia é um país importante no quadro da cooperação Sul-Sul, acreditamos que a nossa adesão ao Brics seria um impulso importante tanto para a Etiópia como para outros membros do Brics”, disse Ahmed aos membros do parlamento etíope.
Ele elogiou os cinco países-membros do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) pelo seu apoio à adesão da Etiópia. Durante a 15ª Cúpula do Brics, realizada em Joanesburgo, África do Sul, em agosto, os líderes do bloco concordaram em convidar seis países – Argentina, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos (EAU) – para se juntarem ao grupo.
A adesão dos seis países entrará em vigor em 1º de janeiro de 2024. “Esperamos que a nossa adesão ao mecanismo Brics seja vantajosa para a Etiópia”, reiterou Ahmed ao parlamento.
O grupo representa mais de 42% da população mundial, 30% do território do planeta, 23% do PIB global e 18% do comércio internacional.
A expansão do Brics acabou beneficiando nações do Oriente Médio. A Argentina representa a América Latina. O Egito, apesar de ficar na África, é ligado – inclusive geograficamente – ao Oriente Médio. A entrada da Etiópia reforça a importância da África.
Ahmed disse que a adesão da Etiópia ao Brics está em linha com as aspirações da política externa do país, sublinhando que o motivo por detrás da adesão do país da África Oriental ao grupo não é apoiar, opor-se ou prejudicar ninguém.
Com Agência Xinhua