Administração  e turismo

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Num mundo de tantas incertezas sociais e econômicas, fica cada vez mais difícil administrar equipamentos turísticos. O mercado se vê repentinamente assolado por fusões, falências, vendas e trocas de nomes.
O que estará levando tantos empresários a mudarem de negócio ou reverem as políticas adotadas até agora? Simplesmente, faltam-lhes técnicas modernas e arrojadas de gestão. Uma empresa só consegue sobreviver se todos os funcionários se sentirem parte integrante da mesma ou utilizando um chavão, vestirem a camisa.
Mesmo nos momentos mais difíceis, a empresa estará pronta para driblar a crise, caso esteja imbuída do espírito de time, composto por talentos individuais  mas integrados com um único objetivo: o da sobrevivência e do bem estar do consumidor final, o turista.
Ao falarmos em gestão, não podemos esquecer o case Disney. A empresa turística mais bem gerida no mundo. Sua filosofia é espantosa, desde o recrutamento até a seleção, contratação dos funcionários, os futuros atores já que farão parte de um grande show, são tão bem tratados, que mesmo não efetivados, serão porta vozes da modernidade.
Todo dia deve ser considerado como primeiro dia de trabalho e a cada manhã, quando da sua abertura, a sensação é que os parques estão sendo inaugurados naquele momento. Tudo foi retocado, pintado e está pronto para uma nova experiência no campo do entretenimento.
Estes pequenos/grandes detalhes são seguramente o diferencial e o princípio do empreendedorismo e busca de qualidade, sob os  ângulos do visitante e do prestador de serviço.
Todos nós gostamos de ser bem tratados e  ouvidos: parar para ouvir o cliente interno é fundamental. Ele pode causar uma revolução do bem ou do mal, se suas aspirações não forem conduzidas corretamente. Toda sugestão na Disney é processada, testada e se aprovada, o autor é incentivado. Cria-se, assim, uma incubadora de novos negócios 24 horas por dia, estimulando todo o staff a participar.
Começamos a criar um ambiente facilitador, onde convivem várias hierarquias, cientes de que cada uma tem importância na engrenagem da empresa. Cada indivíduo é um relevante colaborador e é reconhecido como tal, sem ser em nenhum momento menosprezado por algum tipo de atividade que exerça. Na Disney, o varredor, o atendente e o gerente são observados pela sua integração funcional e não pelo seu nível hierárquico.
Vamos parar de viver de aparências, títulos e passar a merecer a atenção de nossos colaboradores pelo pioneirismo, pelo caráter humano, pela inovação, pela vontade de mudar, de ensinar, de ajudar e de compartilhar experiências bem sucedidas. A empresa deve ser uma extensão de nosso bem estar: ali vivemos grande parte de nossas vidas, crescemos, casamos, encontramos amigos mas sobretudo fortalecemos nossa personalidade.
O Brasil passa por um reordenamento: o novo governo federal quer  por exemplo, melhorar a educação, erradicar o analfabetismo e acabar com a fome. Tenta administrar mais perto dos eleitores. O caminho teve início e nos deixa enxergar que estamos lentamente vivendo o momento da criação, do começo inesperado, cheio de esperança e repleto de uma tecnocracia afetiva.
O turismo pode dar um exemplo de competência ao país: tratamos de seres humanos, trabalhamos com seres humanos e nos preocupamos com seres humanos. O reflexo de uma mudança nas administrações públicas e privadas trará uma nova visão do empregado e poderá caminhar para uma nova fase da humanidade: a de administrar pelo bem, com o bem e por um mundo melhor.
Melhor quer dizer menos longe dos desenvolvidos e mais perto da felicidade, que é decisiva para o desabrochar de nossa personalidade trabalhadora.

Bayard Boiteux
Diretor da Escola de Turismo da UniverCidade.
www.bayardboiteux.pro.br

Maurício Werner
Presidente da consultoria em turismo Planet Work.
www.mauriciowerner.com.br

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