Adriano Pires tem pressa em extrair petróleo do pré-sal

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Adriano Pires (Foto: divulgação)
Adriano Pires (foto divulgação CBIE)

Dias antes de ser indicado para a presidência da Petrobras, o economista Adriano Pires concedeu entrevista ao Monitor Mercantil. Perguntado se a privatização da Petrobras resolveria o problema da variação de preços dos combustíveis no Brasil, ele admitiu que não:

“A privatização da Petrobras não resolveria o problema da variação de preços dos combustíveis no Brasil, mas traria a concorrência no refino. Se as refinarias da Petrobras já tivessem sido privatizadas, nós já teríamos um maior investimento no refino e um mercado concorrencial. Por exemplo, com a guerra na Ucrânia, países onde existe essa concorrência tiveram aumentos de preços menores que no Brasil. A Petrobras assinou um termo de compromisso com o Cade para vender metade da sua capacidade de refino, mas só conseguiu vender até agora uma refinaria pequena em Manaus (Refinaria Isaac Sabbá) e uma refinaria grande na Bahia (Refinaria Landulpho Alves), que representa 14% da capacidade brasileira de refino”, afirmou Pires.

O presidente indicado da Petrobras defendeu que a estatal “deveria se dedicar à parte de exploração e produção de óleo e gás, fazendo investimentos cada vez maiores para produzir cada vez mais, principalmente no pré-sal brasileiro. A guerra na Ucrânia pode até atrasar a transição energética, mas ela vai continuar numa velocidade menor. Por isso que nós temos que ter pressa para extrairmos o petróleo do pré-sal. Daí a importância do papel de investidor da Petrobras e das demais empresas privadas. Caso isso não aconteça, numa hora dessas a profecia dos sindicalistas da Petrobras vai se realizar e o petróleo será só nosso e de mais ninguém”.

Pires Concluiu: “Está havendo uma confusão muito grande no mercado quando o tema é a privatização da Petrobras. Trata-se de uma empresa integrada que explora e produz óleo e gás, além de refinar óleo para atender o mercado brasileiro, que hoje não importa 30% dos combustíveis que consome. Na minha opinião, antes de se pensar na sua privatização, o primeiro passo a ser dado é concluir o programa de desinvestimentos e vender metade da capacidade de refino da Petrobras.”

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