O Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), ICMBIO e algumas instituições de preservação ambiental, criou uma exposição intitulada “Nas Asas da Ciência, um voo pelas Ilhas Cagarras”. Iniciada no dia 22 de dezembro, a mostra pode ser vista até o dia 20 de fevereiro no saguão de desembarque do aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio de Janeiro.
FERNANDO MORAES – PESQUISADOR DO MUSEU NACIONAL E CURADOR DA EXPOSIÇÃO
Nós buscamos aqui trazer todo este conhecimento científico de uma unidade de conservação emblemática, que está na rota dos voos da ponte aérea Rio- São Paulo, ou seja, o passageiro que sai do Santos Dumont e chega pela ponte aérea, passa por cima das ilhas, e este foi o grande mote, o link que a gente encontrou para trazer isso de uma forma aberta, franca e gratuita.
Segundo Moraes, a exposição é bem complexa com maquetes produzidas em parceria com o Museu Nacional, e o setor de geologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. No espaço podem ser vistas plantas típicas das Ilhas, e mais de 50 espécies zoológicas, algumas endêmicas, além de publicações científicas, e até mesmo artefatos arqueológicos, como machados de pedra polida e cerâmicas, que registram a presença indígena Tupi-guarani no local desde o Século 15. Mas é um problema contemporâneo que mais chama atenção, e merece destaque na exposição.
FERNANDO MORAES – PESQUISADOR DO MUSEU NACIONAL E CURADOR DA EXPOSIÇÃO
É o impacto do lixo que fica à deriva no mar. Que sai da Baía de Guanabara, que fica nas praias e que chega no alto das ilhas mais isoladas, levado justamente pelas aves marinhas que constroem seus ninhos utilizando também este material que fica flutuando na água do mar.
Fernando explica que os mais inusitados lixos aparecem nos ninhos, como pentes, pedaços de brinquedos, plásticos diversos e até mesmo lixo hospitalar. Daí a importância de que estes dejetos sejam expostos à consciência ecológica do público. Ocupando um espaço com 280 metros quadrados com vista para a pista do aeroporto, a exposição cumpre sua missão de chamar atenção de quem chega e sai do aeroporto.
PEDRO CAVALCANTE – COMERCIANTE – TURISTA
É muito interessante a gente conhecer este bioma marítimo, que é das Ilhas Cagarras, que é um patrimônio da humanidade e está sendo protegido agora. Então é muito interessante a gente conhecer para ter o desejo de preservar. A exposição está muito bem feita, me agradou.
O arquipélago que foi objeto de estudo do naturalista Charles Darwin, atualmente denominado “Monumento Natural das Ilhas Cagarras” (MoNa Cagarras), é uma unidade de conservação integral desde 2010, localizada entre 3,8 e 9,1 quilômetros da costa do Rio de Janeiro, no sul da famosa Praia de Ipanema. A ideia de expô-la em um aeroporto onde turistas, empresários, políticos e a população em geral possam conhecê-la, é uma relevante ação de divulgação científica, para preservação deste patrimônio natural da cidade maravilhosa. Fim