Aeroportos podem parar sem socorro às empresas de serviços em solo

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"A situação crítica das empresas de ground handling em todo o Brasil podem provocar um colapso no transporte aéreo." A afirmação é do presidente da Associação Brasileira de Empresas Prestadoras de Serviços Auxiliares do Transporte Aéreo (Abesata), Ricardo Aparecido Miguel.  Segundo ele, as empresas de ground handling (que prestam serviços em terra para apoio às aeronaves, passageiros, bagagem, carga e correio…) que operam no Brasil está à beira da insolvência por falta de pagamento por parte das companhias aéreas e de aeroportos referente a serviços prestados antes do início da crise provocada pela pandemia de coronavírus.

"A maioria das empresas aéreas e alguns aeroportos vêm se recusando a fazer os acertos e isso pode provocar a ausência de pagamento de salário de milhares de colaboradores. O setor tem 40 mil trabalhadores diretos" explica.

A situação pode paralisar o transporte aéreo remanescente, pois, sem os colaboradores nos aeroportos, não será possível transportar pessoas e nem carga, pois é o time em solo para efetuar serviços como embarque de passageiros, raio X, segurança e varredura contra o terrorismo, manuseio de bagagem e carga aérea, check in, limpeza e desinfecção de aeronaves e outras modalidades de serviços auxiliares. As chamadas ground service providers exercem atividades essenciais.

Ricardo Miguel diz que é preciso honrar os salários de quem continua na ativa e também daquele colaborador que está sendo afastado temporariamente, com ajuda correspondente à alimentação dele e de seus familiares, e precisa estar a postos na retomada.

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"Os valores que precisamos pagar em casos de demissão também são fundamentais para que as famílias fiquem amparadas e não ficamos de mãos atadas se os serviços realizados não forem remunerados como de praxe", disse.

No último dia 20, um aditivo à convenção coletiva de trabalho entre trabalhadores e empresas foi firmado por meio das entidades de classe de cada um.  Com isso, nos casos de contratos mais prejudicados, ou seja, com voos totalmente cancelados, ficou acertado que a empresa poderá afastar o colaborador por 45 dias, com um auxílio alimentação maior do que o habitual. Há a expectativa de norma do Governo Federal ser editada nesta semana e melhorar a situação do trabalhador, além do acordado.

O aditivo também prevê que poderá haver redução de salários até o limite de 25%, proporcional à redução de jornada, respeitando o valor hora e o salário mínimo. Férias coletivas poderão ser decretadas e o pagamento das férias pode ser feito em até três parcelas. O parcelamento também passa a ser aceito nos casos de rescisão de contrato de trabalho e haverá plano de demissão voluntária.

"Queremos conduzir a crise da forma mais humanizada possível, mas, sem receber pelos voos já atendidos, estamos de mãos atadas", finaliza.

Nos EUA, o presidente Donald Trump disse que está considerando um plano para interromper voos para locais no próprio país mais afetados pelo coronavírus.

"Certamente estamos analisando, mas uma vez que você faz isso, está realmente reprimindo uma indústria que é desesperadamente necessária", afirmou. É possível que esse plano interrompa o tráfego nos aeroportos de Nova Iorque, Nova Orleães e Detroit.

"Estamos olhando para a coisa toda", disse ele sobre a restrição de voos domésticos já bastante reduzidos à medida que a demanda diminui.

 

Com informações da Agência Brasil, citando a Reuters

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