Agenda cheia e volatilidade

300
Alvaro Bandeira (foto divulgação)
Alvaro Bandeira (foto divulgação)

A sessão de hoje dos mercados incorpora uma agenda local e internacional cheia de indicadores que devem mexer com os mercados, enquanto aguardamos a decisão do Fed sobre política monetária esclarecendo cronograma de atuação e, principalmente, a coletiva do presidente Jerome Powell, que virá em seguida. O comunicado está previsto para as 16h de Brasília.

Ontem foi dia bastante positivo para a Bovespa, que encerrou com alta de 2,10% e índice em 110.203 pontos, situação que não acontecia desde 20 de outubro do ano passado, com o dólar fechando em queda de 1,24% e cotado a R$ 5,43. Investidores reverberaram a tensão geopolítica, balanços referentes ao quarto trimestre e a expectativa de decisão do Fed.

Hoje, mercados da Ásia terminaram o dia com comportamento misto, mas as Bolsas europeias mostram altas acima de 2% neste início de manhã. Futuros do mercado americano também com boas altas. Aqui, foi bom ter recuperado o patamar de 110 mil pontos do Ibovespa, pois abre a expectativa de galgar até 115 mil pontos, quando deveria adquirir maior tração.

Mas o dia é de agenda cheia aqui e no exterior, e isso deve trazer maior volatilidade. Petróleo em alta e commodities com viés de queda ajudam a dar o tom da manhã. Na diplomacia, a Rússia voltou a fazer exercícios militares na fronteira da Ucrânia, o que certamente não ajuda nas negociações de paz. Juros começando o dia em alta nos EUA, aguardando o Fed esclarecer sobre término do tapering, elevação de juros e redução do balanço de ativos.

Espaço Publicitáriocnseg

No mercado internacional, o petróleo WTI, negociado em Nova Iorque, mostrava alta de 0,65%, com o barril cotado a US$ 86,16. O euro era transacionado em queda para US$ 1,128 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 1,78%. O ouro em queda e a prata em alta na Comex, e commodities agrícolas com leve viés de queda.

Aqui, o governo comemora a carta convite para ingressar na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mas há muito ainda para ser feito nos 251 tópicos a serem cumpridos, dos quais o Brasil completou 103. O ministro Paulo Guedes se comprometeu a acabar com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) até 2029 de forma progressiva, começando ainda em 2022. Já fizemos a reforma cambial no fim do ano, mas restam muitas outras, dentre elas a reforma tributária de convergência. Porém, é positivo em termos de políticas públicas e combate à corrupção.

Já a operação padrão feita por fiscais da Receita está alongando prazo de espera de insumos por parte das fábricas, o que não é positivo para a economia, além dos efeitos sobre exportações. A Fipe anunciou o IPC da terceira quadrissemana de janeiro em aceleração para 0,66%, vindo de 0,59%, e a FGV divulgou o INCC, da construção civil, de janeiro em alta para 0,64%, de anterior em 0,30%. Também mostrou que a confiança da construção encolheu 3,9 pontos, para 92,8 pontos.

Na agenda, ainda teremos a previa da inflação oficial pelo IPCA-15 de janeiro, a nota do setor externo e mercado aberto e o relatório da dívida pública de dezembro. Nos EUA, o saldo da balança comercial de dezembro, as vendas de imóveis novos e a decisão do Fed; além dos resultados da Tesla, Boeing, AT&T e Intel.

Expectativa para o dia de Bovespa em alta, dólar mais forte e juros em alta.

.

Alvaro Bandeira

Economista-chefe do Banco Digital Modalmais

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui