Agora são duas

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Ford Fiesta. Foto: divulgação
Ford Fiesta. Foto: divulgação

Agora são duas as montadoras que deixam o país. Antes foi a Mercedes Benz, com carros de luxo exportáveis, e agora a Ford saindo integralmente do Brasil.

Antes disso, ontem os investidores tiveram dia de mau humor nos mercados de risco em todo o mundo, com a Bovespa encerrando com queda de 1,46% e índice em 123.255 pontos, Dow Jones com – 0,29% e Nasdaq com -1,25%. O dólar por aqui esteve sempre pressionado em fechou com valorização de 1,61%, cotado a R$ 5,504.

Motivo para tal foi a expansão da Covid-19 no mundo e mal-estar com a situação política americana. Aqui, piorou ainda mais na parte da tarde quando a Ford anunciou a saída e fechamento de fábricas no Brasil. Hoje mercados tentam alguma recuperação, com a Ásia encerrando o dia no campo positivo, Europa buscando recuperação e futuros do mercado americano com comportamento positivo. Aqui, o objetivo é buscar o retorno ao patamar de 125.000 pontos, conquistado e perdido recentemente.

Nos EUA, permanece a dúvida sobre remoção de Donald Trump do cargo de presidente ou seu impeachment que pode ser votado entre hoje e amanhã. O FBI identificou movimentos trumpistas em vários estados. Mas a Covid-19 também segue batendo recordes de infecção e óbitos, agora na Espanha, e aqui no Brasil os óbitos ascendem a 203.580 e infectados, somando 8,13 milhões.

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No Reino Unido, Andrew Bailey, do BoE (o BC inglês), disse agora que ainda é cedo para discutir mais estímulos e o PIB do primeiro trimestre pode ser novamente de contração e desemprego em alta. Já Thomas Barkin, do Fed de Richmond, disse precisar de mais progresso para discutir mudanças na flexibilização monetária e acredita na volta do emprego com a aplicação de vacinas.

No Japão, tivemos tremor de 5.9 na escala, no norte do país e sem anúncio de vítimas até agora. Já a China planeja mais repressão em Hong Kong, depois de prisões em massa. Na União Europeia, a AstraZeneca pediu autorização emergencial para aplicação de vacinas.

No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em Nova Iorque mostrava alta de 1,45%, com o barril cotado a US$ 53,01, já afastado da máxima do dia. O euro era transacionado em US$ 1,215 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros em nova alta para 1,15%. O ouro e a prata tinham altas na Comex e commodities agrícolas com comportamento misto.

Aqui, o fechamento de fábricas e saída da Ford suscitou críticas ácidas. Rodrigo Maia disse que mostra a falta de credibilidade do governo, regras claras e segurança jurídica. A CNI e Fiesp falaram sobre Custo Brasil, produtividade e carga tributária. A área econômica disse ser postura global das montadoras e que trabalham para ampliar a produtividade.

Tivemos a FGV anunciando que o IGP-M da primeira prévia de janeiro acelerou para 1,89% (anterior em 1,28%), com a inflação em 12 meses em 24,87%. Matérias primas brutas subiram 4,36%, e deve manter alta. Rodrigo Maia também disse que o atraso geral com vacinas é o maior erro desse governo e pode ensejar processo de impeachment.

Na agenda do dia, temos indicadores que podem mexer com os mercados, junto com a expectativa de início da safra de resultados de empresas nos EUA. Expectativa para o dia Bovespa em alta, mas precisando de fluxo de ingresso para absorver realizações. Dólar e juros mais fracos.

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Alvaro Bandeira

Sócio e economista-chefe do Banco Digital Modalmais

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