A Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro (Soperj) faz um alerta aos pais: crianças são particularmente atingidas pela poluição causada pelo fumo, que mesmo nos centros urbanos ainda é maior que a poluição atmosférica. Os filhos de fumantes e as crianças que convivem com pessoas que fumam estão mais sujeitas a infecções pulmonares, crises de asma, tosse crônica, otite média e aumento do número de internações hospitalares por problemas respiratórios, além de alterações em sua função pulmonar. A cada dez a 20 cigarros que um pai fuma perto do filho, é como se a criança fumasse um cigarro.
Fatal
Fumar mata cerca de 5 milhões de pessoas por ano, sendo 200 mil no Brasil. Além de ser fatal para o fumante, afeta também o vizinho: o fumante passivo tem 30% a mais de chances de sofrer de câncer do que quem não sofre com a fumaça do cigarro. Segundo o clínico geral Marcos Benchimol, diretor da Clínica Benchimol, “de cada dez casos de câncer de pulmão, nove são conseqüência do fumo, assim como 85% das mortes por enfisemas, além de inúmeras cardiopatias”. A próxima segunda-feira, dia 31, comemora-se o Dia Mundial sem Tabaco. “Pesquisas provam que o fumo é o causador de faltas no trabalho”, afirma o médico.
Mau exemplo
O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, foi notificado, ontem, pela Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde do Distrito Federal por fumar em recinto fechado, o que é proibido, desde 1976, por uma lei federal. Para burlar a lei, Ciro contou com a cumplicidade do presidente da Comissão da Amazônia, deputado Júnior Betão (PPS-AC), que o autorizou a fumar, após quatro horas de reunião. Ao acender o cigarro, Ciro foi avisado de que era proibido fumar, apagou-o imediatamente. Uma das fiscais da Vigilância, porém, tentou notificá-lo, sendo impedida por uma assessora da comissão, o que gerou bate-boca, pois a fiscal ameaçou autuar a assessora por desacato.
Desde o início da semana, a Vigilância Sanitária faz uma jornada antitabagista na Esplanada dos Ministérios. Pelo visto, por enquanto, em vão.
Lastro brasileiro
No momento em que o Congresso se prepara para votar a PEC paralela da Previdência, é bom lembrar que continua sem resposta a pergunta do conselheiro da Petros Fernando Siqueira ao relator do pacote da Previdência, deputado José Pimentel (PT-CE), durante seminário da Associação Brasileira de Previdência Privada (Abrapp), no fim de outubro do ano passado. Siqueira citou matérias dos jornais Le Monde e The New York Times sobre a grave situação dos fundos de pensão dos Estados Unidos que, segundo os dois periódicos, teriam perdido muito dinheiro com a especulação em bolsa, e que o número de aposentados naquele país cresce muito mais rapidamente do que o de trabalhadores em atividade.
Ainda segundo as mesmas matérias, a saída proposta pelo governo dos EUA seria fomentar a criação de fundos de pensão em outros países, do tipo contribuição definida (CD), para gerar recursos para a compra de ações dos fundos norte-americanos: “Seria esta a razão da inclusão do fundo tipo CD na emenda constitucional da reforma da Previdência? Lembramos que o relator da Reforma Tributária no Senado retirou o dispositivo que permitia ao governo cobrar mais impostos do sistema financeiro, alegando que aquilo não era matéria constitucional. E o plano CD é matéria constitucional? Ou é mais um caso de dois pesos e duas medidas?”, perguntou, então, o conselheiro da Petros, que continua aguardando uma resposta do relator.
Dianteira
Paulo Skaf, candidato de oposição à presidência da Fiesp, contesta os números apresentados por Claudio Vaz. O candidato da situação diz ter apoio de 68 dos 122 sindicatos com direito a voto. Skaf garante que recente pesquisa aponta que ele terá 61% dos votos – “ou seja, 76 em 125”. Espera-se que as divergências entre os dois não sejam irreconciliáveis e pelo menos se chegue a um consenso sobre o número de entidades aptas a eleger o presidente da entidade que administra um orçamento anual de R$ 1 bilhão.
Jantar
Skaf argumenta também que jantar comandado por Benjamin Steinbruch no último dia 18 reuniu 83 delegados de sindicatos que declararam seu voto no candidato de oposição.