A pesquisa sobre agroindústria, do FGVAgro (da Fundação Getúlio Vargas), revela que em novembro de 2024, o volume de produção agroindustrial registrou uma queda de 3,1% frente ao mesmo mês de 2023. O resultado da contração foi generalizado entre os principais segmentos analisados, mas o setor de produtos alimentícios e bebidas registrou o maior recuo e teve queda de 5%. Vale ressaltar que esse segmento registrou contração em três dos últimos quatro meses e coloca dúvidas sobre o seu desempenho em 2025.
Por um lado, a perspectiva de uma safra maior para diversas matérias-primas para a agroindústria tende a favorecer a produção do setor. No entanto, por outro lado, o dólar mais caro e a desaceleração da economia brasileira (e, por consequência, do mercado interno) trazem dúvidas para este ano.
Apesar do resultado negativo para o mês de novembro, em 2024, a Agroindústria acumula uma alta de 2,2%. Ainda assim, é o melhor crescimento acumulado nos primeiros 11 meses do ano desde 2010.
Com o resultado negativo de novembro, o FGV Agro espera que a agroindústria feche o ano abaixo do cenário base (que é de 2,7% frente a 2023) aproximando-se mais do cenário pessimista (que é de 2%).
Além disso, levantamento da Serasa Experian revelou que, considerando dívidas vencidas há mais de 180 dias e que foram contraídas junto a empresas de setores que se relacionam às principais atividades do agronegócio, apenas 7,7% da população rural estavam inadimplentes no país durante o terceiro trimestre de 2024. Em relação ao segundo trimestre, também do ano passado, a taxa de inadimplência registrou alta de 0,3 pontos percentuais.
Para o Head de Agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, “tendo em vista os desafios para acesso ao crédito, rolagem de dívida, patamar do preço das commodities, e outros contratempos, como os acontecimentos climáticos que afetaram a estabilidade financeira no campo, o cenário, mesmo com leve alta, ainda é relativamente bom, já que a maior parte dos proprietários rurais brasileiros se mantém adimplente”.
A visão por porte identificou que, ainda no terceiro trimestre de 2024, os pequenos proprietários foram os menos impactados pela inadimplência, registrando uma taxa de apenas 6,9%. Em seguida, estavam os de médio porte, com 7,4%. Aqueles que não possuem registro de cadastro rural – arrendatários, pessoas participantes de grupos econômicos ou familiares – ficaram em terceiro lugar, marcando 9,9%. Enquanto os grandes proprietários tiveram o maior percentual, esse de 10,2%.
De acordo com os dados, a região chamada “Norte Agro” (que abrange a Região Norte do Brasil com exceção de Rondônia e Tocantins), além de incluir o Noroeste de Maranhão – registrou o maior índice de inadimplência no terceiro trimestre de 2024, marcando 11,1%. Por outro lado, a Região Sul teve o menor percentual, de 5%.
Ainda no terceiro trimestre de 2024, de acordo com os dados da Serasa, a parcela da população rural menos afetada pela inadimplência são aqueles de idade mais avançada. Enquanto isso, os proprietários de 18 a 29 anos, por exemplo, representam a maior fatia dos inadimplentes.
Tendo em vista os setores em que a população rural contraiu suas dívidas negativadas, é possível identificar que as instituições financeiras (que financiam atividades no campo) têm a maior representatividade: 6,8%. Porém, a fatia de proprietários rurais inadimplentes no setor agro e em outros setores relacionados é muito pequena, de 0,2% e 0,1%, respectivamente. Essas duas categorias englobam produtos e serviços, como agroindústrias de transformação e comércio atacadista agro, serviços de apoio ao agro, produção e revendas de insumos e de máquinas agrícolas, produtores rurais, seguradoras não vida, transportes e armazenamentos.
“É interessante analisar que a cadeia agro teve um quadro otimista em relação a inadimplência nesse sentido. Precisamos reforçar essa diferenciação já que, se no geral apenas 7,7% dos proprietários rurais estão inadimplentes, nesse recorte, o percentual é ainda menor”, finaliza Marcelo Pimenta.
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