Ainda o impasse fiscal

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Na semana passada, operamos contra tudo e contra todos os principais mercados da Europa e EUA. A Bovespa registrou alta de 3%, com índice fechando em 101.259 pontos, depois de chegar muito próximo de 103 mil pontos. O dólar fechou o período com queda de 0,31%, com a moeda americana cotada a R$ 5,628. O Dow Jones encerrou a semana com perda de 0,95% e o Nasdaq com -1,05%.

Hoje os mercados da Ásia operaram em queda durante a madrugada, mas com perdas inferiores a 1%, Europa operando em queda, acelerando um pouco desde a abertura e agora querendo melhorar, e futuros do mercado americano também no campo negativo. Aqui, seria bom não perdermos o patamar de 100 mil pontos, sob pena de voltarmos àquela zona de contenção e com riscos de novas precipitações.

Motivo da queda de hoje reside no aumento da contaminação pela Covid-19 em diferentes países e o impasse nos EUA com relação ao novo pacote de estímulo fiscal, que não ata e nem desata. Na Europa, temos recordes de contaminação em diferentes países como Portugal, Espanha, França e Itália; além de também nos EUA, e como consequência, maiores restrições de contato social e situação de estado de emergência. Isso retarda a recuperação econômica e altera a precificação dos ativos.

Sobre estímulos fiscais nos EUA, ainda existem diferenças a serem acertadas, mas Nancy Pelosi, presidente da Câmara, vai conversar novamente com o secretário do Tesouro, Mnuchin, para acertar divergências. Sabe-se que o governo americano já aceita pacote envolvendo recursos de US$ 1,9 bilhão. Com a pandemia forte nos EUA, o governo foca no desenvolvimento de vacinas, e a Oxford anunciou que seus testes geraram imunidade em adultos jovens. Por lá, as eleições (do próximo dia 3) em reta final, destaque para a divisão racial na Georgia, reduto republicano cobiçado pelos Democratas. Donald Trump votou antecipado no final de semana na Flórida.

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Na Alemanha, o índice IFO de sentimento empresarial de outubro caiu para 92,7 pontos (previsão era 92,9 pontos) e afetada negativamente os mercados da região. Isso depois de cinco meses seguidos de alta, lembrando que por lá, já se fala de duplo mergulho, em função da Covid-19.

Na Turquia, o presidente Recep Erdoğan desafiou os EUA por sanções que seriam aplicadas e criticou severamente o homólogo francês Emmanuel Macron. No mercado, dia de queda do petróleo WTI negociado em NY de 2,13%, com o barril cotado a US$ 39. O euro era transacionado em queda para US$ 1,182. O ouro e a prata também registravam quedas na Comex e commodities agrícolas com viés negativo.

Aqui, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre criticaram duramente o ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, por ataques contra outro ministro da casa Luiz Eduardo Ramos, mas aparentemente os dois fizeram as pazes durante o final de semana. Já o ministro Paulo Guedes, disse que a privatização da Eletrobrás já está acertada com o Senado. Portanto, olho em Petrobras e Eletrobrás nas aberturas de hoje.

A agenda do dia tem alguma capacidade de afetar os mercados, junto com a safra de resultados do terceiro trimestre, e a semana tem agenda carregada que pode mudar a direção dos mercados, o que agrega volatilidade. Teremos, por exemplo, reuniões do Banco Central Europeu (BCE) e o japonês (BoJ); além do próprio Copom, e inflação forte aqui, podendo sinalizar maior prudência do BC. Expectativa para início do dia é de Bovespa em queda, dólar mais forte e juros em alta.

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Alvaro Bandeira

Sócio e economista-chefe do Banco Digital Modalmais

Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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