Ajustando o feriado

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Bovespa (Foto: ABr/arquivo)
Bovespa (Foto: ABr/arquivo)

Ontem, feriado em São Paulo, a Bovespa não funcionou, mas as ações brasileiras mostraram perdas. O ADR de Eletrobrás fechou com queda de 11,76%, o principal ETF do Brasil (EWZ) com queda de 1,45% e o CDS de cinco anos em alta para 180 pontos. Isso indica a possibilidade de o mercado abrir tendo que ajustar perdas, exceto talvez Petrobras, por conta do petróleo em alta ontem e também hoje no mercado internacional.

Motivo da queda, o tema recorrendo de infecção por Covid-19 expandindo, novas cepas detectadas e vacinação ainda morosa em diferentes países. Além disso, a necessidade de rápida imunização das populações principalmente de países pobres, e a necessidade de novos estímulos fiscais e monetários para apoiar as economias.

Aqui, além desse impacto, a forte pressão contra Bolsonaro, queda da percepção positiva de seu governo e a saída do presidente da Eletrobrás por não vislumbrar a capitalização da empresa e privatização. Isso impõe a leitura de que as privatizações podem demorar bastante, mesmo com a fala do ministro Paulo Guedes de que é preciso acelerar privatizações e limpar a pauta do Congresso.

Hoje, mercados na Ásia encerram o dia com fortes quedas, Europa, ao contrário, com boas altas e conseguindo manter nesse início de manhã e futuros do mercado americano mostrando queda e acelerando. Na Bovespa, teríamos que conseguir manter o patamar de 115 mil /114 mil pontos do Ibovespa, sob pena de acelerar realizações.

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Na reunião virtual de Davos o tema central foi o multilateralismo e união dos países, pregado pelo presidente Xi Jinping e também a preservação da natureza e medidas para o clima. Nesse sentido, estão comemorando a decisão americana de retornar ao acordo climático de Paris. Hoje estão previstos discursos de Angela Merkel, Emmanuel Macron e Kristalina Georgieva do FMI. Na Itália, o primeiro-ministro Giuseppe Conti deve renunciar hoje por perder a maioria no Parlamento e pela perda de apoio de Matteo Renzi.

Na Coreia do Sul, o PIB do quarto trimestre encolheu menos que o previsto em 1,4%, quando o esperado era -1,6%. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em Nova Iorque mostrava alta de 0,55%, com o barril cotado a US$ 53,06. O euro era transacionado em queda para US$ 1,213 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 1,03%. O ouro e a prata tinham quedas na Comex e commodities agrícolas com comportamento misto na Bolsa de Chicago.

Aqui, a equipe econômica discute estender o auxílio emergencial se o Congresso cortar gastos. Já Bolsonaro festeja insumos conseguidos com a China e vacinas com a Índia para seguir imunizando a população, mas por enquanto as doses ainda são bastante insuficientes.

Na economia, o INCC de janeiro (construção) subiu para 0,93% (anterior em 0,88%), acumulando em 12 meses 9,39%. Já a confiança do consumidor de janeiro caiu 2,7 pontos, para 75,8 pontos. A ata do Copom da última reunião que manteve a Selic estável, mas retirou o forward guidance, está ficando bem de acordo com o comunicado, mostrando incertezas da retomada, inflação mais alta e necessidade de perseverar reformas.

A expectativa para o dia é de abertura em queda e podendo melhorar no correr do dia, dólar forte e juros em alta.

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Alvaro Bandeira

Sócio e economista-chefe do Banco Digital Modalmais

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