Alckmin: ‘não tem razão Brasil ter a segunda maior taxa de juros mundial’

No mês passado, Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 10,5% ao ano

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Geraldo Alckmin (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Geraldo Alckmin (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, afirmou ontem não fazer sentido o Brasil ainda ter uma das maiores taxas de juro real do mundo, mesmo dispondo de fundamentos sólidos na economia.

“Não tem justificativa. Temos a segunda maior taxa de juro real do mundo e só perde para a Rússia, que está em guerra”, disse, na abertura do Congresso Aço Brasil.

Entre os fundamentos sólidos, Alckmin citou reservas cambiais de US$ 370 bilhões, segurança jurídica, enorme mercado consumidor e recorde de exportações.

Alckmin destacou a importância do ajuste fiscal e disse que o governo vai cumprir o arcabouço fiscal. A expectativa é que, ainda neste semestre, ocorra uma redução das taxas de juros norte-americana e a brasileira, o que irá favorecer o crescimento da economia nacional.

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“O mercado internacional enfrenta um grande estresse que deve ser passageiro. O Brasil tem a sexta maior população do mundo, um mercado interno forte, amanhã sai o balanço das exportações de janeiro a julho com recorde. Temos reservas cambiais, e vejo com otimismo que a política fiscal será cumprida. Por isso, não tem razão o Brasil ter a segunda maior taxa de juro real do mundo. Isso atrapalha muito”, afirmou.

No mês passado, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic, os juros básicos da economia, em 10,5% ao ano.

Segundo Alexandre Lohmann, economista-chefe da Constância Investimentos, “o Copom considera um cenário de, entre aspas, ‘redução gradual da inflação e da atividade’ e um início cauteloso da flexibilização monetária. É importante notar que o Copom não espera uma queda acentuada na taxa do Fed, como foi precificado ontem. Para integrar esse cenário na próxima reunião, é necessário uma confirmação.”

De acordo com o especialista, o discurso do Copom é firme, “destacando que não fugirá de sua responsabilidade.” O comitê reitera seu compromisso com o cumprimento da meta de inflação. “Houve um debate sobre a evolução recente de variáveis determinantes da inflação, como expectativas e câmbio. O Copom afirmou que, se esses movimentos persistirem, serão devidamente incorporados nas decisões do comitê, em linha com a estratégia de esperar para ver se o corte da taxa do Fed alivia o câmbio antes de reavaliar o cenário. Apesar da piora nos dados recentes, o IPCA não foi substancialmente maior do que o esperado. Todos os membros avaliam que há mais riscos de alta na inflação, conforme o balanço de riscos divulgado, que menciona três riscos de alta e dois de baixa. Vários membros enfatizaram a simetria do balanço de riscos, usando uma linguagem um pouco mais forte do que nas comunicações anteriores.”

Já para Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, “diante da manutenção da taxa Selic em 10,50% e das incertezas tanto no cenário doméstico quanto no internacional, é essencial que o investidor brasileiro adote uma estratégia de diversificação para se proteger das oscilações do mercado. O risco de um pouso forçado na economia americana e a resiliência da atividade econômica no Brasil são fatores que podem influenciar significativamente o mercado financeiro.”

Com informações da Agência Brasil

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