Alimentos puxam a maior alta da inflação em outubro desde 95: 0,94%

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve alta de 0,94% em outubro, 0,49 ponto percentual (p.p.) acima da taxa registrada em setembro (0,45%) e maior resultado para um mês de outubro desde 1995, no governo Fernando Henrique Cardoso, quando o IPCA-15 foi de 1,34%. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 2,31% e, nos últimos 12 meses, a variação acumulada foi de 3,52%, acima dos 2,65% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em outubro de 2019, a taxa foi de 0,09%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em setembro. A maior variação (2,24%) e o maior impacto (0,45 p.p.) vieram do grupo Alimentação e bebidas, que acelerou em relação ao resultado de setembro (1,48%). Transportes teve alta de (1,34%) a segunda maior contribuição no índice do mês (0,27 p.p.). Já a segunda maior variação veio dos Artigos de Residência (1,41%), cujos preços subiram pelo sexto mês consecutivo. O único grupo a apresentar queda em outubro foi Educação (-0,02%). Os demais ficaram entre as altas de 0,14% em Despesas Pessoais e de 0,84% em Vestuário.

A aceleração do grupo Alimentação e bebidas (2,24%) deve-se especialmente à alta dos alimentos para consumo no domicílio, que passaram de 1,96% em setembro para 2,95% em outubro. A maior contribuição (0,13 p.p.) veio das carnes (4,83%), cujos preços subiram pelo quinto mês consecutivo. Destacam-se também as altas do óleo de soja (22,34%), do arroz (18,48%), do tomate (14,25%) e do leite longa vida (4,26%). Por outro lado, houve queda nos preços da cebola (-9,95%) e da batata-inglesa (-4,39%).

Os alimentos para consumo fora do domicílio também registraram alta (0,54%), com destaque para a refeição, que acelerou de 0,09% em setembro para 0,93% em outubro.

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No grupo dos Transportes (1,34%), a alta foi impulsionada pelo resultado das passagens aéreas, que subiram 39,90% e contribuíram com 0,13 p.p. no IPCA-15 do mês. Em todas as áreas pesquisadas houve altas nos preços desse subitem, variando desde os 21,66% de Porto Alegre até os 49,71% de Curitiba. O segundo maior impacto (0,04 p.p.) veio da gasolina (0,85%), sua quarta alta consecutiva, embora menos intensa que no mês anterior (3,19%).

Ainda no grupo dos Transportes, os preços do seguro voluntário de veículo subiram 2,46%, após sete meses consecutivos de quedas. Nesse grupo, os únicos subitens com variações negativas foram ônibus interestadual (-2,73%) e gás veicular (-1,36%).

Artigos de residência subiram 1,41%, acelerando em relação a setembro (0,79%). Todos os itens do grupo tiveram alta, com destaque para mobiliário (1,75%), que havia recuado (-0,14%) no mês anterior, e tv, som e informática (1,68%).

O grupo Vestuário teve alta de 0,84%, após recuar (-0,27%) em setembro. Enquanto as roupas masculinas e infantis subiram 1,31% e 1,07%, respectivamente, os preços das roupas femininas caíram 0,10%. As joias e bijuterias (1,73%), por sua vez, seguem em alta e acumulam, no ano, variação de 10,68%.

No grupo Habitação (0,40%), o maior impacto (0,02 p.p.) veio do gás de botijão, com alta de 2,07%. Já o gás encanado recuou 0,17%, com a redução de 8,88% nas tarifas em Curitiba (-1,64%), vigente desde 19 de agosto. Quanto à taxa de água e esgoto (0,16%), foram registrados dois reajustes: de 5,88% em uma das concessionárias de Porto Alegre (1,19%), a partir de 1º de outubro; e de 3,40% em São Paulo (0,11%), válido desde 15 de agosto. Por fim, a energia elétrica subiu 0,11%, com resultados que foram desde a queda de 0,80% em Salvador até a alta de 0,68% em Porto Alegre.

Em outubro, o IPCA15 aumentou em todas as regiões. O menor resultado foi o da região metropolitana de Salvador (0,43%), por conta da queda nos preços da gasolina (-5,87%). Já a maior variação foi na região metropolitana de Fortaleza (1,35%), influenciada pelas altas nos preços do arroz (23,02%), das carnes (4,79%) e da gasolina (2,78%).

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados de 12 de setembro a 13 de outubro de 2020 (referência) e comparados com aqueles vigentes entre 14 de agosto e 11 de setembro de 2020 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia é a mesma do IPCA, diferindo apenas no período da coleta e na abrangência geográfica.

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