O aumento da taxa Selic para 12,25% ao ano, anunciado no final de 2024, trouxe novas dinâmicas e desafios ao mercado de crédito no Brasil. Esse cenário de elevação contínua dos juros foi acompanhado por uma sinalização do Banco Central de novos aumentos de 1 ponto percentual nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), previstas para março e maio de 2025. Caso essas previsões se confirmem, a taxa básica de juros pode atingir 14,25% ao ano. Essa estratégia visa controlar a inflação, mas provoca impactos significativos, especialmente no setor de financiamentos imobiliários.
A Selic é a taxa que influencia diretamente todas as taxas de juros do país, como empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras. Com seu aumento, as taxas de juros oferecidas pelos bancos, como as praticadas pela Caixa Econômica Federal, também se elevam. Desde janeiro de 2025, as taxas de financiamento imobiliário com recursos da poupança subiram entre 1 e 2 pontos percentuais, tornando os financiamentos mais caros e reduzindo o poder de compra das famílias brasileiras. Esse cenário pressiona ainda mais o mercado imobiliário tradicional, com parcelas de contratos indexados a taxas variáveis ficando mais altas, afetando diretamente o custo do crédito e comprometendo a renda mensal das famílias. Custos adicionais, como seguros obrigatórios e tarifas, ajustados às taxas de juros, elevam ainda mais o valor total financiado. Para muitas famílias, isso significa adiar o sonho da casa própria ou buscar alternativas mais acessíveis.
Diante desse cenário, o consórcio imobiliário surge como uma alternativa mais atraente e estável em comparação aos financiamentos tradicionais. Sem juros e com uma taxa de administração fixa, o consórcio oferece maior previsibilidade nos custos para os participantes. Essa modalidade incentiva o planejamento financeiro de longo prazo e não sofre impactos diretos das variações da Selic, proporcionando maior estabilidade em períodos de alta de juros. Além disso, o consórcio oferece flexibilidade, permitindo que os participantes sejam contemplados por sorteios ou lances, o que torna o acesso ao crédito antecipado, com custos significativamente inferiores aos do financiamento tradicional. Em tempos de incerteza econômica, como o atual, o consórcio se mantém como uma solução financeiramente viável, segura e adaptável às necessidades dos consumidores.
Embora a Selic exerça algum impacto sobre o consórcio, ele é significativamente menor do que nos financiamentos tradicionais. O crédito contemplado e ainda não utilizado pode ser aplicado em investimentos de renda fixa, cuja rentabilidade está atrelada à Selic, mas esse impacto não altera substancialmente o custo total do consórcio.
O que esperar em 2025?
Com as previsões de novas elevações da Selic, o cenário de juros elevados deverá persistir, o que continuará a impactar diretamente o custo do crédito imobiliário no Brasil. Neste ano, muitas famílias poderão sentir o peso do financiamento tradicional, com parcelas mais altas e prazos mais longos, o que pode dificultar a realização do sonho da casa própria. No entanto, o consórcio imobiliário se apresenta como uma solução eficaz nesse cenário, oferecendo uma alternativa sem juros, com maior previsibilidade financeira e um impacto muito menor das variações da Selic.
Dessa forma, para aqueles que buscam planejar a aquisição de um imóvel com maior estabilidade e sem os altos custos adicionais dos financiamentos tradicionais, o consórcio é uma opção vantajosa. Ele oferece uma possibilidade de investimento mais acessível e controlada, em um ano em que a volatilidade econômica deverá continuar a desafiar o mercado imobiliário.
Por Marcelo Lucindo, CEO e Fundador da Evoy Administradora de Consórcios