O comércio eletrônico brasileiro permanece com um enorme potencial para os próximos quatro anos, com um faturamento estimado em R$ 146,96 bi (US$ 38.5 bilhões), segundo o Relatório Global de Pagamentos 2018 da Worldpay Inc..
O estudo busca mostrar um panorama das formas de pagamento em 36 países, e de acordo com a edição 2018 do relatório, o comércio eletrônico na América Latina tem se fortalecido e espera alcançar mais de R$ 358.69 bilhões (US$ 94 bi) até 2022. A Colômbia deve crescer a uma taxa de 23% CAGR, atingindo R$ 31,5 bilhões (US$ 8,5 bi) até 2022. Já para a Argentina, é esperado um crescimento de 16% CAGR, o que significa um resultado de R$ 73.26 bilhões (US$ 19,2 bi) nos próximos quatro anos. Enquanto isso, o Brasil, que em 2018 atingiu R$ 105,32 bilhões (US$27,6 bi), deve superar Colômbia e Argentina juntos, faturando R$146,91 bilhões (US$ 38.5 bi) até 2022, um crescimento em média de 39%.
A rápida adoção das e-Wallets (carteiras digitais) tem sido um fator importante que impulsiona o crescimento global do comércio eletrônico. No Brasil, as e-Wallets estão crescendo a uma taxa anual de 27%, com previsão de aumento na participação no mercado de 9,5% entre 2018 até 2022, na medida que os consumidores cada vez mais anseiam pela facilidade e simplicidade nos processos de confirmação de compra. As carteiras virtuais são mais seguras porque armazenam dados pessoais de usuários, com base na proteção por criptografia, o que atrai consumidores preocupados com fraudes e roubo. Os comerciantes podem adotar opções de pagamento seguras para aprimorar a experiência dos clientes e entregar acessível que as e-Wallets podem oferecer.
O relatório da Worldpay também examinou o cenário dos pontos de venda e descobriu que as e-Wallets estão rapidamente conquistando popularidade nas lojas. Com previsão de crescimento médio anual de 37%, as e-wallets deverão representar 9,7% do mercado brasileiro no ponto de venda em 2022, à medida que os consumidores se sentem cada vez mais à vontade para usar seus smartphones para pagar com rapidez e comodidade. Em comparação, o dinheiro está em declínio; em quatro anos, ele representará apenas 28,7% das vendas nas lojas, comparado com 52,1%, em 2018, com a probabilidade de o uso de cartões de crédito ultrapassar o dinheiro nas lojas já no próximo ano.
Para Juan D'Antiochia, gerente-geral da Worldpay para a América Latina, o comércio eletrônico brasileiro tem se mostrado consistente e proporcionará ainda mais oportunidades no futuro. "O avanço do comércio eletrônico é resultado de um mercado maduro e em constante transformação impulsionado pela tecnologia, em especial, pelos dispositivos móveis. Os consumidores enxergam segurança, conforto e praticidade ao utilizar seu smartphone para realizar compras. Essa é uma característica que os varejistas precisam ficar de olho e manter seus canais móveis atualizados, sob risco de perderem compras se não atenderem às expectativas do público", afirma.
Segundo o levantamento, 78% preferem comprar por meio de um aplicativo, em vez dos navegadores para dispositivos móveis, quando as compras são feitas em seus smartphones, e muitos dizem que não compram de uma empresa que não tem um aplicativo. "Ter um website não é mais suficiente ou apenas ter um website otimizado para dispositivos móveis. Se você não está priorizando um aplicativo transacional pode perder muitos clientes", diz D'Antiochia.
Ele lembra que "os consumidores estão se tornando cada vez mais familiarizados com o conceito de digitalização de impressões digitais e reconhecimento facial, por isso não se coíbe de usar esses métodos como uma forma de autenticação. A biometria coloca os pagamentos na mente do usuário, proporcionando uma experiência mais rápida e sem atrito, fazendo com que o pagamento pareça 'invisível'."
"Identifique os métodos de pagamento mais populares em cada território em que você opera. Há enormes diferenças nas preferências de pagamento em todo o mundo, e métodos alternativos de pagamento estão ganhando participação nos cartões de crédito e débito tradicionais. Não há um método único de pagamento em todas regiões, então você precisa entender as melhores opções para sua empresa", conclui.
Os dados do estudo foram coletados usando pesquisas com consumidores, pesquisas B2B e informações de equipes de pesquisa locais: 40 mil consumidores foram pesquisados globalmente, 3 mil no Brasil, entre um total de 45 mil consumidores em 36 mercados.
Black Friday movimentou shoppings – A Black Friday de 2018 aumentou o fluxo de consumidores em shoppings centers. Iniciado no Brasil como um movimento do mercado virtual, a data foi apropriada pelo varejo físico e tem registrado aumento de fluxo de consumidores em shoppings nesta data nos últimos dois anos. Em 2018, o crescimento foi de 4,3% em relação ao ano anterior. Isso é o que aponta o Iflux, estudo realizado pelo Ibope Inteligência em parceria com a Mais Fluxo.
O crescimento do fluxo em shoppings nas duas últimas edições da Black Friday indica que, mesmo com o crescimento do varejo virtual, os consumidores seguem atraídos pelo formato shopping center e que os varejistas do mercado físico conseguiram transformar uma grande ameaça em mais uma oportunidade de negócios.