À medida que os bloqueios e outras restrições devido à pandemia acabam, a forte participação do comércio eletrônico começa a retrair. Pesquisadores do Fundo Monetário Internacional (FMI) investigaram essa questão em uma nova pesquisa que usa um banco de dados exclusivo de transações agregadas e anônimas por meio da rede Mastercard de 47 países, de janeiro de 2018 a setembro de 2021.
“Descobrimos que a participação dos gastos online aumentou mais em economias onde o comércio eletrônico já tinha um grande papel, mas o aumento está se revertendo à medida que a pandemia recua”, afirmam os pesquisadores.
Em média, a participação online nos gastos totais aumentou de 10,3%, em 2019, para 14,9%, no pico da pandemia, mas depois caiu para 12,2%, em 2021. Embora a parcela de gastos online seja maior do que antes, está apenas 0,6 ponto percentual acima da tendência de crescimento do comércio eletrônico se a crise não tivesse acontecido. Há, porém diferenças significativas entre os países.
A participação online dos gastos ainda está acima das tendências pré-pandemia em cerca de metade das economias, desde grandes países emergentes, como Brasil e Índia, até outros de renda média, como Bahrein e Jamaica. Nos demais, incluindo os Estados Unidos e muitas economias avançadas, a participação online estão agora nos níveis de tendência pré-Covid ou abaixo.
A participação média dos gastos online no auge da crise foi 4,3 pontos percentuais acima do nível previsto antes da crise. Essa diferença cai para apenas 0,3 ponto ao final do período da pesquisa.
“Uma narrativa comum é que a pandemia acelerou a digitalização, forçando os consumidores a aprender a fazer compras online, e que esse aprendizado veio para ficar. Embora nossos resultados apoiem a rápida aceitação do comércio eletrônico, a persistência do aprendizado não parece ampla”, afirmam os técnicos do FMI.
Houve variação significativa por setor. A adoção do comércio eletrônico parece ser particularmente mais duradoura em restaurantes (mais especificamente na entrega de alimentos), assistência médica (que inclui telemedicina) e algumas categorias de varejo, incluindo lojas de departamento, eletrônicos e roupas.
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