Estudo de inteligência imobiliária feito pela APSA, que analisa anúncios de imóveis residenciais disponíveis para locação em 17 importantes bairros na cidade do Rio de Janeiro, mostra que em março os alugueis tiveram aumento de 2,81%, custando em média R$ 38,38 por metro quadrado. Esse preço é 22,62% maior do que o verificado há 12 meses.
Na Zona Sul, cujos estoques de imóveis para alugar estão num nível abaixo do considerado ideal, os aluguéis aumentaram em níveis mais expressivos em quatro, dos 8 bairros pesquisados: no Leme, subiu 13,57%, e hoje custa R$ 50,64 por metro quadrado. Ou seja, um imóvel de 100 m² tem aluguel médio de R$ 5.064. Em Copacabana, o aumento no mês chegou a 8,89% e os alugueis saem em média a R$ 53,06/m². No Flamengo, o valor subiu 4,37%, atingindo R$ R$ 54,65. Já em Botafogo, o aumento foi de 0,06% e custa R$ 54,07.
Bairros mais caros, como Ipanema e Leblon, estão com recuo nos preços. O primeiro está 0,54% menor, a R$ 117,95/m² e o segundo, 1,4% abaixo, a R$ 105,41/m². Uma média de R$ 11.795 o aluguel de um imóvel de 100 m² em Ipanema, dependendo da localização e da tipologia. Nos últimos doze meses, no entanto, a variação de Ipanema foi de 55,52% – maior aumento entre todos os bairros analisados. O Leblon subiu 40,4%.
O Recreio teve aumento de 6,33% frente ao mês anterior, chegando a R$ 37,80 /m². Já a Barra subiu 3,41%, saindo a R$ 61,58 /m² (R$ 6.154 um imóvel de 100 m² – valor 25% maior do que o registrado há 12 meses, figurando também entre os bairros com maior aumento na região e na cidade do Rio.
Na Zona Norte, o maior aumento foi no Maracanã, que subiu 6,47% frente ao mês anterior, e atingiu R$ 28,65/m². Nos outros bairros, o aumento variou de 1,18% a 2,74%, e entre os bairros pesquisados, não houve queda no aluguel.
O Centro teve aumento de 4,96% indo para R$ 32,79//m². Esse valor é 19,37% maior do que o cobrado há 12 meses.
A taxa de vacância, ou seja, a quantidade de imóveis vazios disponíveis para alugar na cidade atingiu o menor patamar desde os últimos sete anos, chegando a 6,1% do total de imóveis voltados à locação, em média. Essa taxa é 23% menor que a verifica há três meses. A taxa ideal fica entre 8% a 10%. Quando a disponibilidade de imóveis é menor, os aluguéis tendem a aumentar.
“No Centro temos vacância de 13%, um percentual ainda alto, mas na Zona Norte, a média da região é de 10%. Já na Zona Sul, temos uma vacância média de 3,1%, um percentual muito abaixo, o que justifica os aumentos de alugueis verificados. Está difícil encontrar imóveis de qualidade para alugar na Zona Sul. O que temos mais em estoque hoje são imóveis sem reforma, mais antigos. Um bom imóvel em bairros de maior procura tem sido locado na metade do tempo que levava em 2021, ou seja, entre 15 dias a dois meses”, destaca o gerente de imóveis da APSA, Flávio Olimpio.
Ainda segundo o gerente, o mercado de imóveis residenciais para locação no Rio de Janeiro seguiu esse crescimento nos bairros cuja população tem maior poder aquisitivo por conta das mudanças ocorridas na pandemia. “Muitas pessoas ficaram no home office e precisaram morar em imóveis maiores. Mas além disso, o impacto nos preços também reflete o aumento dos juros que levou muitas famílias a adiarem a compra da casa própria financiada e a manterem o pagamento de aluguel na moradia”, explica Flávio.
Ao longo de 2023 e 2024, o gerente da APSA acredita numa estabilização dos valores de aluguéis. “Na pandemia, várias incorporadoras lançaram novos empreendimentos na planta e ao longo do ano, alguns estão previstos para serem entregues. Com um aumento da oferta, os preços podem melhorar. Mas lembro que os novos imóveis têm um valor médio de aluguel mais caro pela localização e melhor infraestrutura oferecida dentro do condomínio. Talvez o mercado de imóveis avulsos, mais antigos, que possuem preços mais baixos, continuem aumentando com essa maior procura diante dos juros mais altos”, pondera.