Levantamento da Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil) aponta dívidas da Ambev – pertencente a Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, donos da Lojas Americanas – com impostos federais, estaduais e municipais. O valor chegaria a R$ 30 bilhões.
As informações são de reportagem da revista Veja destacando que a associação acusa a Ambev de inflacionar “o preço de componentes necessários à produção de refrigerante e que são passíveis de isenção e geração de créditos fiscais na Zona Franca de Manaus. Assim, a empresa acumula, irregularmente, mais créditos tributários do que teria direito, desfalcando o Erário e lucrando mais. O estudo foi realizado pela consultoria AC Lacerda. O diretor-geral da CervBrasil, Paulo Petroni, afirma que, pelo menos desde 2017, relatórios de fiscalização da Receita Federal apontam ‘bilhões e bilhões de ilícitos tributários cometidos pelos fabricantes de concentrados de refrigerantes na Zona Franca de Manaus’. Os balanços da Ambev, no entanto, não registram essa quantia que é cobrada pelo Receita Federal”.
As ações da Ambev na B3 (Bolsa de Valores brasileira) caíram 3,23%, cotadas a R$ 13,18, nesta quarta-feira.
O Monitor Mercantil já alertara para possíveis efeitos da crise das Americanas em outras empresas do grupo 3G Capital e sobre um possível descolamento das ações da Ambev.
O Estadão divulgou que “em um documento judicial, a Americanas acusa o BTG Pactual de ‘participação, conivência e culpa’ no rombo contábil de R$ 20 bilhões que levou à crise atravessada pela empresa. Na interpretação da varejista, as respostas do banco à auditoria mostram que não foram registrados passivos, mas apenas ativos da empresa com a instituição financeira.”
Ainda segundo o jornal, “o embate mais duro entre Americanas e os bancos credores começou com o bloqueio de R$ 1,2 bilhão de recursos que a companhia tinha depositado no BTG.”
Matéria atualizada às 19h34 para informar o valor de fechamento das ações da Ambev
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