Ambiente positivo para emergentes, mas EUA sofre com balanços

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Bolsa de Nova Iorque (Foto: Jeffrey Zeldman/CC)
Bolsa de Nova Iorque (Foto: Jeffrey Zeldman/CC)

As Bolsas europeias fecharam em alta impulsionadas pela melhora do humor na Ásia e nos EUA. A agenda econômica foi, em certa medida escassa, apenas com a prévia do IPC na Alemanha atingindo 7,4%. Os bons números corporativos de companhias importantes como Standard Chartered, Barclays e Unilever contribuíram para a sustentação das altas. Adicionalmente, a recuperação do petróleo à esteira do cancelamento da Alemanha para o petróleo russo, contribui para alta das empresas de energia como pôde ser visto no Stoxx 50 como o setor maior valorização. A alta das companhias de tecnologia devido às expectativas em torno da Amazon e Alphabet também contribuíram para as altas. Londres teve alta de 0,94%. Frankfurt ganhou 1,35%. Paris avançou 0,98%. Milão teve avanço de 0,95%. Madri e Lisboa ganharam 0,41% e 0,78% respectivamente.

Nos EUA, os dados do PIB abaixo das expectativas não assustaram o mercado. Por mais que o indicador tivesse queda de 1,4% ante expectativa de alta de 1,1%, não ocorreu por conta do consumo ou investimento, mas sim por conta da alta das importações. Tal fator é importante, pois as importações possuem relação positiva com a renda interna, uma evidência de que o consumo e a renda das famílias continuam forte, apesar do movimento de despoupança, um ponto de preocupação para que o mercado não deu atenção foi a alta dos preços do PIB que chegará a 8%. A perda da tração nas treasuries de 10 anos alinhado com as expectativas para os resultados corporativos de grandes nomes da tecnologia fizeram o Nasdaq ter alta de 3,06%. O Dow Jones e S&P 500 ganharam 1,85% e 2,47% respectivamente.

No Brasil, o mercado acompanhou os movimentos externos. A alta das commodities e a perda das pressões nas treasuries ajudaram positivamente o Ibovespa fechando com alta de 1,05% cotado a 1109.349 pontos. Internamente, o IGP-M de 1,41% contra as expectativas de 1,70% foi encarado como positivo pelo mercado, tal como o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged0 com saldo positivo em março com a criação de 136.189 vagas formais. Pelo lado negativo dos indicadores de conjuntura, tivemos os números do IPP acusando alta de 3,13% contra avanço de 0,54% em relação a fevereiro. Na agenda corporativa, as prévias operacionais de Petrobras e os números de Vale foram considerados positivos pelo mercado.

Hoje, as Bolsas na Ásia fecharam majoritariamente em alta devido ao anúncio por parte da TV estatal chinesa de que em uma reunião da alta cúpula do governo do país, há o objetivo de estimular a economia para que a meta de crescimento seja atingida. Tal evento contribuiu não apenas paras as Bolsas chinesas como Hong Kong (+4,01%) e Xangai (+2,41%), mas Seul e Tóquio também se beneficiaram com avanço de 1,75% e 1,03% respectivamente.

Espaço Publicitáriocnseg

Minério de ferro negociado na Bolsa de Dalian teve alta de 4,19%, a 869,50 iuanes, o equivalente a US$ 131,95.

Nos EUA os futuros caem fortemente após balanço decepcionante de Amazon, o CFO da Apple informou que a restrição na cadeia de suprimentos afetará o resultado da companhia, o que já é incorporado nas expectativas dos investidores. Na agenda econômica se destacam o PCE com expectativa de que fique 5,3% no ano e os indicadores de percepção e condições atuais de Michigan.

Na Europa os mercados seguem em direção oposta à de Nova Iorque. Na agenda econômica, o PIB da Zona do Euro teve alta de 0,2% e o IPC subiu abaixo do esperado no mês de abril com alta de 0,6% ante expectativa de 1,8%, dado os temores de inflação por conta da guerra, é uma surpresa positiva. Todavia, no ano, o número continua elevado em 7,5%.

No Brasil, o investidor ficará atento aos dados fiscais que serão divulgados pelo Banco Central, os dados da Pnad, investimento estrangeiro e transações correntes também são importantes. A alta das commodities e a valorização de moedas emergentes são sinais positivos para o mercado hoje. Na política, o Congresso aprovou ontem Projeto de Lei do Congresso Nacional que permite a redução de tributos sobre combustíveis sem necessidade de compensar a perda de arrecadação. O Congresso também aprovou transferência de R$ 7,6 bi para estados e municípios.

No corporativo, a Hypera (HYPE3) registrou lucro líquido das operações continuadas de R$ 349,5 milhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), o que representa um crescimento de 13,6% em relação ao mesmo trimestre de 2021.

A Multiplan (MULT3) registrou lucro líquido de R$ 171,5 milhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), o que representa um crescimento de 270,5% em relação ao mesmo intervalo de 2021.

A Grendene (GRND3) registrou lucro líquido de R$ 125,5 milhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), o que representa uma redução de 2,9% em relação ao mesmo trimestre de 2021.

A Usiminas aprovou distribuição de dividendos no valor de R$ 734,2 milhões, montante correspondente a R$ 0,571934991 por ação ordinária e R$ 0,629128490 por ação preferencial. O pagamento será efetuado no dia 27 de junho de 2022 aos acionistas titulares de ações de emissão da companhia na data base de 28 de abril de 2022.

A Yduqs aprovou o pagamento de dividendos no valor de R$ 37,5 milhões, cifra equivalente a aproximadamente R$ 0,12623991 por ação ordinária de emissão da companhia. Terão direito ao dividendo os acionistas da companhia na data-base de 28 de abril de 2022.

Assaí aprovou a distribuição de dividendos no montante de R$ 168,4 milhões, equivalentes a R$ 0,125038407679398 por ação ordinária de emissão da companhia. O pagamento será efetuado em 27 de junho de 2022, com base na posição acionária de 28 de abril de 2022.

A Sabesp (SBSP3) aprovou o pagamento de juros sobre capital próprio (JCP) no valor de R$ 644 milhões. O valor corresponde a R$ 0,94270 por ação ordinária, para a base de 28 de abril, e será pago em 27 de junho de 2022. As ações passam a ser negociadas “ex-juros” a partir de 29 de abril de 2022.

No Conselho de Administração da BR Malls, a companhia firmou o acordo com Aliansce formando a maior companhia de shoppings da América Latina.

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Matheus Jaconeli

Analista de investimentos da Nova Futura Investimentos

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