Anbima projeta juros de 8,25% ao final deste ano

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Anbima (Foto: divulgação)
Anbima (Foto: divulgação)

O último debate do Grupo Consultivo Macroeconômico da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) ressaltou os desafios da política monetária em buscar convergir as expectativas de inflação dos agentes para algo próximo ao centro da meta do ano que vem (3,5%), em meio às incertezas no campo fiscal e da recuperação econômica.

A mediana da projeção da taxa Selic para o final deste ano foi revista de 7,0% para 8,25% em relação ao cenário de julho. Para as reuniões do Copom de setembro e dezembro foram previstos dois aumentos de 1,0 ponto percentual cada. A mínima e a máxima da Selic projetadas para dezembro situaram-se em 7,5% e 9,0%, respectivamente, indicando expectativas diferentes no grupo em relação ao ritmo de elevação dos juros para este ano. Para 2022, é esperado um aumento de 0,25% na reunião de fevereiro, mantendo-se a taxa Selic em 8,5% até o final do ano.

A mediana da projeção de inflação para 2021 passou de 6,8% para 8,3% em relação à reunião de julho, um aumento de 150 p.b., distanciando-se ainda mais do teto da meta de inflação deste ano (5,25%). Dentre as projeções, 42% situaram-se entre 8,2% e 8,5% e 25% das estimativas estão entre 8,5% e 8,8%. A mínima e a máxima previstas foram de 7,8% e 9,0%, respectivamente. Para o próximo ano, a mediana da inflação está em 4,0%, acima do centro da meta, mas abaixo do teto previsto de 5,0%.

A mediana da taxa de câmbio para 2021 foi revisada de R$ 5,00 para R$ 5,20, revertendo a expectativa de apreciação gradual da moeda doméstica que vinha ocorrendo nas previsões do grupo macro desde abril.

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No debate fiscal, a maior preocupação dos economistas são as indefinições em relação à reforma tributária e como serão feitos os pagamentos dos precatórios para acomodar o novo programa social do Governo. Esta indefinição traz dúvidas se estas despesas estariam contempladas dentro ou fora do teto de gastos, criando um risco fiscal que já se reflete nos preços dos ativos.

Foi ressaltado no grupo que um ambiente de juros altos com incertezas fiscais gera uma dinâmica ruim para a dívida pública e que seus desdobramentos impactam o cenário de crescimento e de estabilidade dos preços.

Entretanto, a performance positiva da arrecadação federal neste ano, conjugado com um crescimento ainda forte do PIB, vem assegurando uma trajetória mais estável para os indicadores fiscais de 2021 – a dívida bruta em relação ao PIB tem se mantido relativamente estável, em torno de 82,0%, e a projeção para o déficit primário foi reduzida de 1,9% para 1,4% do PIB.

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