Ano abre com alta no preço médio de venda residencial

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Aluga-se (Foto: Flickr)
Aluga-se (Foto: Flickr)

O Índice FipeZap, que acompanha o comportamento do preço médio de venda de imóveis residenciais em 50 cidades, registrou avanço de 0,35% em janeiro de 2021, frente à alta de 0,46% em dezembro de 2020. Comparativamente, a variação mensal do índice superou o comportamento esperado do IPCA/IBGE para o mês (+0,30%), segundo expectativa publicada no último Boletim Focus do Banco Central. Uma vez confirmada a variação esperada dos preços ao consumidor, o preço médio de venda de imóveis residenciais abrirá o ano de 2021 com alta de 0,05% em termos reais. Individualmente, entre as capitais monitoradas pelo Índice FipeZap de Venda Residencial as variações registradas em: Maceió (+1,82%), Manaus (+1,43%), Curitiba (+1,15%), Vitória (+0,90%), Florianópolis (+0,88%), Goiânia (+0,74%), João Pessoa (+0,72%), Brasília (+0,69%), Porto Alegre (+0,62%) e São Paulo (+0,46%). Em contraste, apenas 3 capitais registraram recuos: Belo Horizonte (-0,53%), Campo Grande (-0,13%) e Fortaleza (-0,13%). No Rio de Janeiro, outro município com peso importante na composição do Índice FipeZap, a variação registrada em janeiro de 2021 foi de +0,26%.

Nesse recorte temporal, o Índice FipeZap acumula alta nominal de 3,87%, ante variação de +4,61% esperada para o IPCA/IBGE nesse período. Na comparação entre a variação acumulada do Índice FipeZap e a inflação esperada, a expectativa é que o preço médio de venda dos imóveis residenciais encerre o período com queda real de 0,70%. À exceção de Recife, onde o preço médio de venda residencial acumula uma retração de 0,28% nos últimos 12 meses, as demais capitais monitoradas apresentam variações positivas, destacando-se aquelas observadas em: Manaus (+11,0%), Brasília (+9,52%), Maceió (+9,48%), Curitiba (+9,32%), Vitória (+7,78%), Florianópolis (+7,35%) e Campo Grande (+5,12%). Em São Paulo e no Rio de Janeiro, os preços médios de venda de imóveis do segmento residencial acumulam altas de 3,91% e 1,88%, respectivamente.

Tendo como base a amostra de imóveis residenciais anunciados para venda nas 50 cidades monitoradas pelo Índice FipeZap de Venda Residencial, o preço médio calculado em janeiro de 2021 foi de R$ 7.524/m². Mais especificamente, as capitais monitoradas que registraram o preço de venda mais elevado no último mês foram: Rio de Janeiro (R$ 9.470/m²), São Paulo (R$ 9.366/m²) e Brasília (R$ 8.099/m²). Já entre as capitais monitoradas com menor valor médio de venda residencial por metro quadrado no último mês, destacaram-se: Campo Grande (R$ 4.306/m²), Goiânia (R$ 4.531/m²) e João Pessoa (R$ 4.544/m²).

Com o IGP-M tendo fechado 2020 em 23,14% e os juros, balizados pela taxa Selic, em níveis historicamente baixos, muita gente que vive em imóveis locados pode estar se perguntando se não vale a pena trocar o pagamento do aluguel pelo financiamento imobiliário, cujos juros giram em torno de 7%.

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Para a advogada Daniele Akamine, especialista em Economia da Construção Civil, essa decisão deve levar em conta diversos fatores, como o fato de a pessoa dispor ou não de recursos para dar entrada em um imóvel e, claro, os rendimentos de aplicações versus o custo do financiamento.

Akamine esclarece, em primeiro lugar, que, se a pessoa já tinha o interesse em realizar esse tipo de operação, o momento pode ser o ideal. O fato de os juros estarem em patamares tão baixos, por exemplo, pesa a favor da compra nas duas mãos:  por um lado, reduze o custo do financiamento mensal (que nunca foi tão baixo) e, por outro, diminui a rentabilidade das aplicações mais conservadoras, como a Caderneta de Poupança, o Tesouro IPCA e a maioria dos CDBs – todos investimentos que, em 2020, perderam para a inflação oficial.  Nessas circunstâncias, o rendimento da aplicação pode simplesmente não ser suficiente para pagar o aluguel: R$ 100 mil aplicados a 2% ao ano (nível da Selic) rendem, mensalmente, o equivalente a R$ 160.

Ela lembra, ainda, que, pelo menos ao longo deste ano, ainda há, no horizonte, expectativa de mais inflação no atacado, o que deve, em alguma medida, contribuir para a elevação dos preços dos imóveis. O Índice Nacional de Custos da Construção (INCC), que reajusta o saldo devedor do cliente na planta, registrou, apenas em janeiro, um aumento de 0,93% segundo dados da Fundação Getúlio Vargas ou 9,39% em 12 meses.

Já contra sair do aluguel pesa, por exemplo, a mobilidade proporcionada pela locação. A maioria dos contratos prevê um prazo mínimo de dois anos, período durante o qual uma pessoa pode mudar de emprego, por exemplo. “Se há essa perspectiva, pode ser mais interessante continuar no aluguel tendo em vista a possibilidade de uma eventual mudança para outro imóvel, mais próximo do novo emprego”.

Akamine ressalta, ainda, que a compra de um imóvel financiado exige, entre outras coisas, que o interessado disponha de recursos para, pelo menos, dar entrada no pagamento, parcelando o restante. Essa costuma ser de, no mínimo, 20% do valor total do imóvel. No caso de um apartamento de R$ 500 mil, por exemplo, essa entrada seria de R$ 100 mil. “É preciso, ainda, ter em mente a importância de não usar todo o dinheiro aplicado, deixando uma parte para compor a reserva de emergência, essencial para situações inesperadas, como a perda de um emprego, por exemplo”, conclui.

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