Ano novo com muitos espumantes para refrescar o calor!

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Desde o período em que regava os banquetes da elite aristocrata francesa, o champanhe tornou-se a bebida por excelência símbolo de festa, de grandes comemorações. Isso se deve em parte ao glamour estético de sua própria aparência e também pela sua apropriação ao clima festivo… trata-se de um vinho refrescante, fácil de beber, que confere uma excitação aos que o consomem e que ainda conta com uma pressão na abertura, que pode ser valorizada, assim como ocorre na celebração da Fórmula 1.

O vinho borbulhante resultante da segunda fermentação em garrafas fez tanto sucesso que consagrou o nome da região ao nordeste da França como símbolo de espumante. Por muito tempo, a expressão champanhe foi usada mundialmente para exprimir um vinho espumante, independentemente da origem e método de produção. Entre as décadas de 1960 a 1990, a região de Champagne, que tem como cidades capitais Rheims e Epernay, reivindicou para seus vinhos o direito à exclusividade do uso deste nome – direito que foi sendo validado pelas outras regiões e países, que não mais utilizam essa expressão, pois mesmo os espumantes franceses de outras origens não podem utilizá-lo.

No entanto, champanhe, cava, prosecco, cremant, sparkling wine e espumante são praticamente todos frutos de métodos que provocam uma segunda fermentação no vinho de base, que já sofreu primeira fermentação para transformar o suco da uva em álcool e depois passa por mais um estagio para adquirir a pressão e efervescência que lhes são peculiares.

A segunda fermentação em autoclaves, método denominado Charmat, faz espumantes mais simples, frescos e frutados para serem bebidos bem jovens. Já o método da segunda fermentação em garrafa, consagrado por Champagne, gera vinhos de aromas e sabores mais complexos, que podem ser guardados por mais tempo, para serem tomados em ocasiões especiais, por exemplo. O método Champenoise é também chamado de “clássico” ou “tradicional” – normalmente essas expressões estão citadas nos rótulos, pois isso é uma distinção, que justifica um preço maior. Por outro lado, quando não há menção, isso indica que o método de elaboração foi o Charmat.

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Por muito tempo, a Champagne ocupava um lugar soberano, de qualidade incomparável por outras produções mundiais, mas, à medida que a vitivinicultura vai evoluindo e tendo suas técnicas incorporadas mundialmente, o mercado tem se tornado bem competitivo. Os grandes champanhes safrados, de casas tradicionais, ainda figuram como estrelas de alto valor; no entanto, concorrem com os próprios espumantes franceses de outras regiões e com uma vasta produção global. Além disso, existem opções mais baratas de champanhes de marcas menos famosas e de alta qualidade, especialmente se compradas in loco.

Felizmente, a produção crescente alhures ajuda a estender seu consumo para outras ocasiões, com preços mais acessíveis. Afinal, é difícil não apreciar a bebida. Há quem diga que não gosta de vinho, só de espumante – mas espumante é um tipo de vinho… Esta é a magia do vinho: a diversidade! Um dos seus principais distintivos é o frescor, que advém de sua acidez pronunciada – elemento fundamental para a qualidade de um vinho. Espumante também funciona como curinga em harmonizações difíceis, como comidas condimentados, sabores mais exóticos, pratos gordurosos – ou seja, tem alto potencial gastronômico.

E não há o que se discutir quando falamos de Rio de Janeiro pós Ano Novo, com suas temperaturas extremas: o vinho que cabe como luva é o espumante! E o melhor é o seguinte: o espumante é o vinho emblemático da produção brasileira! Temos grandes estrelas e uma média de alta qualidade, abrangendo muitas vinícolas.

Sua produção foi inaugurada em Garibaldi, na Serra Gaúcha, desde as primeiras décadas do século XX, quando imigrantes italianos, seguidos de enólogos estrangeiros perceberam desde cedo a apropriação regional para essa produção, inicialmente apelidada de champanha”. Hoje, com o auxílio das instituições de pesquisa agroalimentar e alta tecnologia, o Brasil produz espumantes maravilhosos, com qualidade muito acima da média de alguns países, em que se destacam mais outros tipos de vinhos.

Nas próximas colunas, vou falar mais sobre a qualidade dos espumantes brasileiros, tendo em vista seus concorrentes. Indicarei também sobre locais para compra e consumo e o que mais possa facilitar a escolha do leitor.

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