ANS espera adesão para o projeto Idoso Bem Cuidado

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ANS deu início à implementação do projeto Idoso Bem Cuidado com a formalização, nesta terça-feira, da adesão das operadoras e prestadores de serviço à iniciativa. Ao todo, 64 propostas foram selecionadas de um total de 74 recebidas pela agência. O número de projetos que serão implementados é quatro vezes superior ao que tinha sido inicialmente previsto, o que demonstra o interesse do setor em desenvolver medidas para aprimorar o cuidado à saúde da pessoa idosa no país.

Inicialmente, a iniciativa será desenvolvida em forma de experiência piloto. Ao longo de um ano, a ANS irá monitorar e mensurar os resultados da aplicação das medidas de cada participante, e os modelos que se mostrarem viáveis poderão ser replicados para o conjunto do setor, de forma a estimular mudanças perenes no sistema de saúde.

O Idoso Bem Cuidado é um dos principais projetos de indução da qualidade da ANS. Com ele, queremos promover a melhoria contínua na prestação de serviços com resultados efetivos na saúde dos beneficiários”, afirma a diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS, Martha Oliveira. A proposta é apoiada em duas premissas: a mudança da prestação dos serviços, com a implementação de um modelo de cuidado mais organizado e eficiente para o idoso e também para o sistema de saúde, e a adoção de modelos de remuneração alternativos ou complementares ao que é atualmente utilizado – fee-for-service, ou seja, pagamento por procedimento ou serviço, explica.

O modelo de cuidado que está sendo proposto pela ANS às operadoras e prestadores é composto por cinco níveis de cuidado: acolhimento, núcleo integrado de cuidado, ambulatório geriátrico, cuidados complexos de curta duração e cuidados longa duração. O maior destaque está nos três primeiros níveis, ou seja, nas instâncias leves de cuidado. O reconhecimento precoce do risco reduz o impacto das condições crônicas na funcionalidade do idoso, fazendo com que seja possível monitorar a saúde e não a doença. Com isso, a pessoa pode usufruir seu tempo a mais de vida com qualidade”, destaca Martha Oliveira.

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Um ponto fundamental para que as mudanças ocorram é a coordenação do atendimento prestado desde a porta de entrada no sistema e ao longo de todo o processo de cuidado. Espera-se, com isso, evitar redundâncias de exames e prescrições, interrupções na trajetória do usuário e complicações e efeitos adversos gerados pela desarticulação das intervenções em saúde.

Como consequência, será possível observar a utilização mais adequada dos recursos do sistema como um todo – tanto por profissionais de saúde quanto pelo próprio paciente. O modelo proposto reforça também a necessidade de integração do cuidado por meio da figura do navegador – profissional de saúde que tem a responsabilidade de conduzir e articular os diferentes momentos do percurso do paciente pela rede assistencial. Em relação à remuneração, está sendo proposta a adoção de modelos alternativos capazes de romper com a sucessão de consultas fragmentadas e descontextualizadas da realidade social e de saúde da pessoa idosa.

A ANS vai monitorar e mensurar os projetos através do acompanhamento de uma série de indicadores. Os obrigatórios são: número de consultas (com médico generalista, especialistas e equipe interdisciplinar); taxa de readmissão hospitalar; frequência e tempo médio de internação; frequência de idas a emergência; índice de retorno ao médico de referência; utilização de instrumentos específicos de medição de saúde de idosos; modelo de remuneração integrado com o modelo assistencial; percentual de idosos assistidos pelo navegador (profissional de saúde que tem a responsabilidade de conduzir e articular os diferentes momentos do percurso do paciente pela rede assistencial); e percentual de utilização de sistema de informação integrado.

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