O protótipo de um novo tipo de urna eletrônica foi apresentado ontem no Senado. A principal novidade é o acoplamento de uma impressora lacrada à urna que imprime um comprovante do voto do eleitor. Esse comprovante ficaria disponível para uma conferência posterior. Para instalar as impressoras em cada urna, seriam necessários R$ 21,250 milhões, já que cada unidade custará cerca de R$ 50. O equipamento faz parte de um projeto de lei do senador Roberto Requião (PMDB-PR) e prevê, além da nova urna, o uso do sistema de conferência por amostragem em 3% das 425 mil se seções eleitorais do país.
Celular
Segundo o senador Roberto Requião, o motivo da apresentação do projeto é a falta de confiabilidade de segurança da urna atual. Ele afirmou que o equipamento está sujeito a interferências de rádio-frequência como as emitidas por telefones celulares, por exemplo. “Se o celular é proibido em aviões porque interfere nos equipamentos de navegação, imagine o que pode fazer com uma urna”, afirmou Requião. Segundo ele, existem várias suspeitas de fraude na urna eletrônica. O projeto já foi aprovado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e deve ser encaminhado para o plenário. Um dos principais críticos à segurança das urnas, o ex-governador Leonel Brizola assistiu à demonstração e criticou o fato de somente a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) ter acesso ao sistema da urna.
Espeto
O alerta é da economista Maria da Conceição Tavares: o principal e mais explosivo passivo a ser herdado da era FH pelo próximo governo é a dívida privada de US$ 130 bilhões. Conceição alerta que, se o país não abrir o olho, corre o risco de, a exemplo do que ocorreu com Delfim Netto, durante a crise de 1980-82, arcar com a estatização dos débitos privados externos.
Rainha da Inglaterra
O anúncio do corte de R$ 968 milhões no Orçamento ocorreu pouco menos de três dias depois de o presidente FH prometer, no fim de semana, que não haveria nova redução nos investimentos. O descompasso e as contradições confirmam que é dura a vida de presidente em fim de mandato. Antigamente, pelo menos, os donos do poder costumam avisar sobre as decisões que FH deveria anunciar no próprio dia. Pelo visto, até o homem que serve o cafezinho no Planalto abandonou o posto.
Fauna
Piadinha que corre entre peemedebistas ressentidos com a ação do Planalto em relação ao presidente licenciado do Senado, Jader Barbalho: “O José Ignácio (governador tucano do Espírito Santo) é o Jader do PSDB.”
Coração
O presidente da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Jayme Ferreira Brandão, faleceu ontem, de parada cardíaca, após desmaiar durante o seminário “Novo Enfoque Europeu de Normalização e sua Aplicação no Mercosul”, na Confederação Nacional da Indústria (CNI), no Setor Bancário Norte de Brasília. Participavam do evento representantes da França, Itália, Argentina e Uruguai, além do Brasil. Após desmaiar, Brandão foi levado para Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), mas não resistiu.
Lá e cá
Enquanto no Brasil o preço do aparelho de telefonia celular (sem a linha) pode custar entre R$ 90 e R$ 800, na França, segundo contou a um grupo de jornalistas, ontem, o diretor Comercial e de Marketing da Telelistas, Daniel Baudry, o usuário adquire sua linha de telefonia móvel e recebe da empresa o aparelho incluído no pacote, por um valor simbólico equivalente a R$ 0,15. As operadoras têm interesse em comercializar dessa forma, sob a ótica de que, quanto mais pessoas usarem celulares, maior o faturamento da empresa.
