Análise AMBEV

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Oriunda da associação entre as empresas Companhia Cervejaria Brahma e Companhia Antarctica Paulista – Indústria brasileira de Bebidas e Conexos. A AMBEV nasceu em 1º de julho de 1999 com mais de 30.000 acionistas com unidades industriais em 18 estados do Brasil, além de fábricas no Uruguai, Argentina e Venezuela.
Tem como objetivos:
Garantir os menores custos de produção do mundo;
Aprimorar a distribuição;
Crescer em “Share de Valor”;
Exportar o Guaraná Antarctica para 175 países, através da aliança com a Pepsico;
Ser o catalisador da consolidação da indústria de Bebidas na América Latina.
Os ganhos com produtividade, economias de escala, na logística de distribuição, na área administrativa e outras, são avaliados em cerca de R$ 500 milhões.
No segundo trimestre deste ano, a receita líquida atingiu R$ 1,1 bilhão, mais 13,7%, quando comparado ao proforma do segundo trimestre de 1999. O Ebitda (lucro operacional antes de impostos, resultado financeiro e depreciação), foi de R$ 245,3 milhões, mais 22,3% superior ao obtido no mesmo período do ano de 1999.
O volume vendido consolidado evoluiu 7,3%, impactado pelo crescimento dos segmentos cerveja e refrigerantes, no Brasil e no exterior. O segmento de cervejas cresceu 7,2%, enquanto o volume de refrigerantes evoluiu 6,4%.
As atividades na Argentina evoluíram 18,0% e na Venezuela 16,7%.
A AMBEV e o Groupe Danone firmaram contrato de opção de compra de ações, representantes da maioria do capital votante da companhia Salus, segunda maior Cervejaria Uruguaia e líder no mercado local de água mineral.
A Salus registrou receita líquida de U$$ 30 milhões em 1999, sendo a segunda maior cervejaria Uruguaia e líder no mercado local de água mineral.
Informações financeiras segmentadas:

Proforma
R$ milhões 2º Trim. / 00 2º Trim. / 99 Variação

Receita líquida

Cervejaria Brasil 849,2 748,8 13,4%
Refrigerantes 179,6 170,4 5,4%
Argentina + Venezuela 47,5 38,7 22,8%
Outros 33,7 18,7 80,2%
Total 1110,0 976,5 13,7%

Espaço Publicitáriocnseg

EBIT

Cervejaria Brasil 126,9 77,9 62,9%
Refrigerantes (0,9) (8,2) 69,5%
Argentina + Venezuela (5,0) (3,4) 47,1%
Outros (12,4) (12,9) n.m
Total 108,6 53,3 103,8%

EBITDA

Cervejaria Brasil 236,3 200,8 17,7%
Refrigerantes 21,0 11,7 79,5%
Argentina + Venezuela (0,9) (0,2) n.m
Outros (11,1) (11,6) n.m
Total 245,3 200,6 22,3%

O endividamento financeiro consolidado no segundo trimestre foi reduzido em R$ 991 milhões, principalmente com a amortização de dívidas contraídas em nome da Antarctica. A dívida líquida reduziu-se em R$ 353,3 milhões com a relação dívida líquida / patrimônio líquido atual sendo de 51,2%.
A empresa provisionou R$ 40,4 milhões no trimestre, devido à provisão de ICMS referente, à diferenças na base de cálculo dos incentivos fiscais na filial Rio de Janeiro de R$ 23,9 milhões, e de questionamento por parte da companhia quanto à base de cálculo para recolhimento de PIS/COFINS sobre a receita financeira, de R$ 9,6 milhões.
A perda contabilizada em outras receitas operacionais do trimestre, refere-se ao saldo líquido da despesa com amortização do Ágio registrado em AMBEV, como conseqüência da equalização de práticas contábeis de suas subsidiárias (R$ 20,7 MM) e o ganho com incentivos fiscais em algumas unidades do grupo (R$ 4,5 MM).
No segundo trimestre de 2000, o prejuízo líquido foi de R$ 102,4 milhões, comparado ao lucro líquido Proforma de R$ 34,1 milhões no mesmo período de 1999. Caso fosse assumida a equivalência de 100% dos acionistas de Brahma e excluído o efeito de “outras receitas”,  o lucro líquido do trimestre teria sido de R$ 9,7 milhões contra um prejuízo de R$ 89,6 milhões no mesmo trimestre de 1999.
A empresa apresenta uma estrutura patrimonial sólida, com boa situação financeira.
Em bolsa, suas ações valorizaram 159,3% em 1999, e 66,1% em 2000. Nos atuais níveis de preços, tem boa atratividade.

Por Carlos Antonio Magalhães
Diretor da Sirotsky & Associados

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