O apagão no Amapá está longe de ser um caso isolado. “Em vários estados, empresas privadas, principalmente no setor de distribuição de energia, vêm sendo alvo de reclamações dos consumidores”, aponta Ikaro Chaves, diretor da Associação dos Engenheiros e Técnicos do Sistema Eletrobras (Aesel).
Em artigo no site do Ilumina, Chaves lembra o caso da italiana Enel, que acumula multas nos estados em que opera. Em Goiás, onde adquiriu a distribuidora em 2017, “a situação é dramática, com cidades inteiras passando dias sem luz, produtores rurais tendo prejuízos milionários e até mesmo o abastecimento d’água de algumas cidades ficando comprometido”.
A Enel em Goiás levou em 2019 a maior multa já aplicada pela Aneel, de R$ 62 milhões. O governador Ronaldo Caiado (DEM) pediu que a italiana fosse expulsa. Até uma música sertaneja, feita por um cantor de identidade não revelada, pede a expulsão da Enel de Goiás.
Ikaro Chaves enumera alguns pontos que levaram à atual situação no Brasil:
– Até os anos 1990 havia poucas empresas atuando no setor de transmissão, basicamente a Eletrobras. A partir do Governo FHC, a expansão da malha de transmissão do país passou a ser feita principalmente por centenas de empreendimentos privados.
– Com isso perde-se economia de escala. É economicamente inviável manter uma grande equipe e estocar materiais sobressalentes apenas para um empreendimento; as empresas simplesmente não possuem essa capacidade.
– Para se sagrarem vencedores nos leilões, os concorrentes precisam oferecer o menor preço, o que muitas vezes é conseguido com projetos no limite da tolerância técnica.
Para o diretor da Aesel, ficam duas lições da tragédia: primeiro, em um país com as características do Brasil, um sistema elétrico integrado e cooperativo é muito mais adequado que um sistema fragmentado e pseudocompetitivo; segundo, sendo um monopólio natural e essencial para a vida das pessoas, deve ser operado por empresas públicas.
Clarice pernambucana
Por iniciativa da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), a Assembleia Legislativa concedeu o título de cidadã pernambucana à escritora Clarice Lispector (1920–1977). A escritora viveu no Recife até os 14 anos, tendo em seus contos e crônicas a demonstração da sua ligação com a cidade.
A Fundação programa junto com Assembleia solenidade para 10 de dezembro, data do centenário de Clarice. “Mais do que qualquer outro autor brasileiro, a escritora, ucraniana de nascença mas de alma brasileira, já que chegou no país aos dois meses de vida, é um fenômeno literário”, ressalta o presidente da Fundaj, Antônio Campos.
A instituição está empenhada no projeto de recuperação da casa onde Clarice viveu na área central de Recife, que está deteriorada. O custo da obra está orçado em R$ 1,8 milhão. A proposta é criar um Centro Cultural.
Exportação online
Com o tema “Mais infraestrutura, menos custos e mais mercados externos”, a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) realizará o 39º Enaex nesta quinta e sexta-feira, com a participação do presidente Jair Bolsonaro, do vice Hamilton Mourão, dos ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e da Economia, Paulo Guedes, entre outros. Pela primeira vez, o encontro será realizado totalmente online, no canal YouTube da AEB.
Pelo em ovo
Alberto Carlos Almeida, um membro do instituto neoliberal Millenium e blogueiro da Veja, alerta o eleitor carioca: o vice-prefeito na chapa do PDT já foi sócio em uma firma que já teve como sócia uma sobrinha-neta de um traficante dos anos 60. Pra isso Gutemberg criou a imprensa? Pra isso Gutemberg criou a imprensa?
Rápidas
“Operação de arenas em eventos” é o webinário que reunirá nomes como Luiz Augusto Brum e Igor Cavaco, nesta sexta, 19h, no canal do Youtube da Facha. Inscrições aqui *** O presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, estará no webinário “Fake news e a defesa da democracia”, que a Aasp e o IVNL realizarão na sexta, 17h. Inscrições aqui *** As propostas de reforma tributária serão discutidas no webinário “Competência tributária em crise”, que o IAB realizará nesta quinta, 9h15, no canal TVIAB no YouTube *** Neste sábado, véspera da eleição, se completam dois anos e oito meses que não se sabe quem mandou matar Marielle.