Apagão

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O verão ainda nem começou e os cariocas já começam a enfrentar preocupantes quedas no fornecimento de luz, tarefa da francesa Light. Mesmo sem vento ou chuva. Muitos já estão lembrando o ano de 1999, quando ficou famoso o “verão do apagão”. Preocupados estão também os funcionários da empresa distribuidora de energia elétrica. O acordo que garante os empregos termina no final deste mês e o medo de demissões em massa é grande. A palavra mais falada pelo sindicato é greve. Com os problemas que já enfrenta, demitir pessoal agora seria transformar uma situação delicada em caos.

OPTar
Em vez de morder a classe média, que penou seis anos sem correção da tabela do Imposto de Renda, o governo Luiz Inácio Lula da Silva pode optar por taxar a distribuição de dividendos entre acionistas. A sugestão é do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (UnafiscoSindical), que preparou estudo para viabilizar a redução da alíquota do Imposto de Renda de Pessoa Física de 27,5% para 25% a partir do próximo ano, como previsto na legislação. O presidente do Unafisco, Paulo Gil Introíni, já entregou o estudo a representantes do futuro governo, como o deputado Jorge Bittar (PT-RJ), responsável pela coordenação dos debates sobre o Orçamento 2003 no Congresso, e ao líder da bancada do PT na Câmara, deputado João Paulo Cunha.
Segundo o Unafisco, a perda de receita de R$ 1,7 bilhão resultante da redução da alíquota do IR poderia ser compensada por medidas como a revogação da dedução do pagamento do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica dos juros sobre capital próprio e pela extinção da isenção dos lucros e dividendos distribuídos aos sócios de empresas.

Baseado
Com base nas informações da Consolidação da Declaração do IRPJ (ano-base 1999), a Unafisco estima que a revogação da dedução dos juros sobre capital próprio poderia proporcionar arrecadação de R$ 3,6 bilhões e a retomada da tributação de lucros e dividendos, que até 1996 eram tributados em 15%, garantiria mais R$ 6,4 bilhões.

Matemática macabra
No seu informe anual, apresentado mês passado, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) informou que o mundo tem 840 milhões de pessoas subnutridas, das quais 95% vivem em países em desenvolvimento. Segundo a Unesco, 30 milhões de pessoas morrem por ano devido à má distribuição de alimentos. Apesar desses dados estarrecedores e vergonhosos, o compromisso firmado na Cúpula Mundial de Alimentação, em 1996, em Roma, de reduzir à metade o número de pessoas famintas até 2015, será adiado para 2050, a permanecer o atual compromisso formal dos países desenvolvidos. Mais grave é que o objetivo somente será atingido porque as pessoas continuam morrendo. Ou seja, em vez de se reduzir a fome, será reduzido o número de famintos.

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Fome em debate
O núcleo Eder Sader do PT-RJ promove, nesta segunda-feira, às 18h30m, no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), fórum sobre o Combate à Fome e Políticas de Segurança Alimentar. Entre os debatedores estarão dom Mauro Morelli, bispo de Caxias, ex-presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e atual presidente do Consea/MG; Francisco Menezes, diretor do Ibase, coordenador do Fórum Brasileiro de Segurança Alimentar e Nutricional e colaborador do Projeto Fome Zero; Ricardo Henriques, coordenador de Desenvolvimento Humano do governo Benedita da Silva, pesquisador do Ipea e professor do Departamento de Economia da UFF; e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), defensor do programa de renda mínima. O IAB fica na Rua do Pinheiro 10, no Catete, Rio de Janeiro.

Praia Vermelha
Os 150 anos do Palácio Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) serão comemorados no próximo mês. Situado na Praia Vermelha, de arquitetura neoclássica, o palácio, entre 1842 e 1852, destinava-se ao tratamento de doentes mentais – Hospício D. Pedro II. Pacientes ilustres como Lima Barreto, Corpo Santo e Ernesto Nazareth estiveram lá. Depois o prédio foi cedido à Universidade do Brasil e em 1949, sobre a administração de Pedro Calmon, foram realizadas as obras de recuperação. A programação festiva começa com a mostra de fotos do Hospício D. Pedro II e exposição de fotos sobre a construção da Cidade Universitária, dia 1. Entre os destaques, a entrega do título de doutor honoris causa ao professor Celso Furtado, dia 2, e o lançamento da segunda edição do livro O Palácio da Praia Vermelha, de Pedro Calmon.

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