Um possível apagão de fertilizantes nas próximas décadas pode colocar a agricultura brasileira em cheque. No ranking mundial de produção de fertilizantes, o Brasil ocupa o quarto lugar, com produção insuficiente para atender à demanda interna. Em 2008, o Brasil importou mais de 15 milhões de toneladas de fertilizantes, sendo que só de potássio o Brasil importa mais de 90% do que necessita para suas lavouras. Essa tendência deverá se intensificar com a expansão da agroenergia.
O quadro pode ter consequência grave: aumento no preço dos alimentos. Na safra 2008/09, os fertilizantes tiveram reajustes superiores a 100%, tornando-se um dos principais fatores de pressão inflacionária no setor.
Redução
A intenção do Governo Lula é reduzir de 75% para 25% do consumo a importação de fertilizantes. A Embrapa busca identificar fontes alternativas de nutrientes para a agricultura brasileira, com a criação da Rede FertBrasil, que reúne diversas instituições de pesquisa e empresas do setor privado.
O assunto será debatido por brasileiros e estrangeiros na Embrapa Solos (situada no Jardim Botânico, Rio de Janeiro) na próxima sexta, a partir de 14h, no painel “Fertilizantes e Produção de Alimentos no Mundo”.
Especial
Palestras e apresentações artísticas marcarão as comemorações do Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. Na Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR) nestas terça e quarta, profissionais falarão sobre temas como “Conquistas avançadas na aplicação de botox” e “Evolução das próteses e os serviços oferecidos pela Oficina Ortopédica”. O endereço da ABBR (www.abbr.org.br) é R, Jardim Botânico, 660, Jardim Botânico, RJ
Campanha travada
O insucesso da campanha do Dia Mundial sem Carro nas duas principais metrópoles do país confirma a antiga advertência de que não bastam boas intenções para mobilizar a população em prol de uma casa. Somente quem, por exemplo, frequenta o Metrô do Rio apenas quando os holofotes da mídia são ligados ignora que, sob concessão privada, o metrô carioca, longe de ser um transporte de massas, virou um transporte que amassa. Ou ainda que as barcas que fazem a ligação entre a capital e outros municípios prestam serviços de baixíssima qualidade. Em São Paulo, a situação do transporte público também não é qualitativamente diferente.
Além disso, durante anos, sucessivos governos priorizaram o transporte individual por automóvel em detrimento das ferrovias, situação que a publicidade e outros meios de propaganda, como TV e cinema, se encarregam de glamourizar e elevar à condição de bens simbólicos indispensáveis. Tudo isso somado não representa que a idéia não deva ser retomada, mas que, para ser efetiva, precisa ser articulada com uma mudança mais geral de valores e de transformações sociais.
Padrão exceção
Embora a baixa adesão da população ao Dia Mundial sem Carro tenha resultado num aumento de apenas 10% no número de passageiros do Metrô Rio, o atendimento nas bilheterias foi muito melhor, com poucas filas, principalmente, fora dos horários do rush. É que, na expectativa de receber movimento incomum, a direção do metrô abriu todas bilheterias das estações. Ou seja, excepcionalmente, se portou como deveria trabalhar todo o resto do ano, respeitando a concessão que recebeu do poder público.
Números iguais
Começa nesta quarta a 3ª Conferência Contabilidade e Responsabilidade para o Crescimento Econômico Regional – CReCER. Realizada pelo Banco Mundial, BID, Federação Internacional de Contadores e o Conselho Federal de Contabilidade, o evento, em São Paulo, reunirá profissionais da área e outras afins para discutir as práticas de contabilidade e de auditoria na América Latina e no Caribe. Informações em www.creceramericas.org
Ah, bom
De Cesar Maia, em seu Ex-blog: “O retorno de Zelaya a Honduras e o abrigo na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa revertem o quadro anterior de golpe de Estado, produzido pelo açodamento do Exército quando da ordem de prisão emanada do STF. Com seu retorno, e com a ordem de prisão mantida, sua condição agora é de asilado político do governo brasileiro. Com isso, o golpe precipitado pelo Exército hondurenho deixa de existir, na medida em que a ordem de prisão continua válida, o presidente deposto se encontra no país, optando, de fato, pela condição de asilado político. O governo brasileiro informou que apenas o recebeu, ou seja, o asilou.”
Sem folga
O presidente do Ipea, Márcio Pochmann, rejeita a idéia de que programas como o Bolsa Família levem à acomodação do trabalhador. “Não causam acomodação nem fazem ninguém desistir de procurar emprego. Se fosse assim, o mesmo ocorreria com os beneficiários da Previdência, mas um terço trabalha mesmo estando aposentado”, resume.