Apenas 3% de mulheres negras estão na liderança de empresas

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Mulheres negras indígenas (foto de Paulo Pinto, Agência PT)

Nesta terça-feira (25) é celebrado o Dia Internacional das Mulheres Negras, Latino-Americanas e Caribenhas. A população brasileira é formada por 29% de mulheres negras (pretas mais pardas) de acordo com o IBGE (Pnad, 2022), mas apenas 3% delas ocupam cargos de liderança (nível gerente e acima), de um total de 25% de mulheres e 17% de negros. Esse dado faz parte de um dos principais estudos censitários da atualidade, o Representatividade, Diversidade e Percepção – Censo Multissetorial da Gestão Kairós 2022, que foi realizado com mais de 26 mil respondentes.

Baseado nesse estudo, e em outros do setor que apontam que as mulheres negras vivenciam um abismo de oportunidades para alcançarem postos mais elevados dentro das organizações, a Gestão Kairós – Consultoria de Sustentabilidade e Diversidade, liderada pela executiva negra Liliane Rocha, entre as diversas ferramentas desenvolvidas com o objetivo de ampliar a inclusão nas empresas clientes no Brasil e na América Latina, tem atuado estrategicamente na condução de Programas de Aceleração de Lideranças Negras.

Liliane Rocha, que é Mestre em Políticas Públicas e MBA Executivo em Gestão da Sustentabilidade pela FGV, Docente da Pós-Graduação na FIA/USP e PUC-PR, é reconhecida como uma das principais vozes em prol da inclusão e valorização da diversidade no Brasil, e vivenciou, ao longo de seus 18 anos de carreira executiva global em grandes empresas, as barreiras que o racismo estrutural e de gênero impuseram em sua ascensão para cargos de liderança.

Entre os cases de sucesso da consultoria está o Black Leadership Program, realizado pela Movile, responsável por aportar recursos em companhias da área de tecnologia, como iFood, MovilePay, Afterverse, Sympla, Zoop, Mensajeros Urbanos e Moova. Iniciado em abril de 2022, o programa tinha ao todo 27 profissionais, sendo 40% (11) mulheres negras. Entre as diversas atividades promovidas dentro do escopo do Programa de Aceleração, está a realização de palestras e workshops sobre letramento racial, empoderamento, mentorias para desenvolvimento de lideranças entre outros.

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Durante o processo de realização do Programa, cujo primeiro passo e sedimentação central foi a mentoria de Lideranças realizada por Liliane Rocha com o CEO da empresa, foi aplicada uma pesquisa em que 78% dos participantes do programa disseram sentir que ser negro ou negra era um entrave para ascender na carreira dentro da empresa e 38% afirmaram não conhecer nenhum líder negro. Outro impeditivo para ascensão apontada por 72% dos participantes do Programa foi a falta do domínio do inglês.

Fernanda Macedo, Advogada e Consultora de Treinamentos da Gestão Kairós, Fundadora do Coletivo Negro da Universidade Federal Fluminense, reforça a importância dos Programas de Aceleração para que as empresas avancem em suas iniciativas de inclusão e diversidade. “No âmbito desses programas, trabalhamos a partir de uma trilha de conhecimento, abordamos pontos fundamentais que a sociedade impõe aos profissionais negros, tentando destacar e comprovar a eles que é possível sim avançar na carreira e que, para isso, basta se empoderar”, explica.

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