Apertem os cintos

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Em artigo num jornal do Rio, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE, Mauricio Tolmasquim, tranquliza a população: “O fato de as térmicas gerarem energia não é sinal de crise, de falta de investimento ou de falta de planejamento, mas uma indicação de que o sistema elétrico está funcionando de acordo com o previsto.” E continua: “Preocupante seria o contrário. Se as termelétricas, chamadas a operar, não o fizessem, por falta de combustível.” Não foi exatamente o que ocorreu?

Ondulações
O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), ganhou mais munição na sua batalha para reduzir o valor das tarifas dos pedágios do seu estudo. Segundo estudo apresentado semana passada pelo Dieese, a arrecadação das seis concessionárias de pedágio do Paraná aumentou 354%, entre 1998 e outubro de 2007. Isto representa R$ 5,3 bilhões, em valores atualizados, resultantes das 27 praças de pedágio.
O total arrecadado pelas seis concessionárias saltou de R$ 165 milhões, em 1999, para R$ 750 milhões, em 2006, e devem alcançar R$ 828 milhões, em 2007, segundo dados da própria seção paranaense da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR).

O céu é o limite
Ainda segundo o estudo do Dieese, desde o início da cobrança nas estradas do Paraná, em 1998, a tarifa subiu, em média, 136%, até o fim de 2006. A tarifa que sofreu o maior aumento no período foi a da Ecovia (Curitiba-Paranaguá): 187%. Em 1998, a tarifa era de R$ 3,80, saltando para R$ 10,90, atualmente. O Dieese revelou também que, desde o início da cobrança do pedágio, as tarifas já eram bem maiores que os valores propostos pelas empresas que venceram o recente leilão de privatização das estradas da União. A média das tarifas das seis concessionárias paranaenses era de R$ 3, em 1998, contra R$ 1,10 das tarifas médias do leilão do governo Lula.

Renegociar é preciso
Diante dos dados, o secretário estadual especial de Relação com a Comunidade, Milton Buabssi, afirmou que o governo paranaense não pretende romper os contratos, mas rediscuti-los: “Esses contratos devem se colocar em condições melhores para a população, com a fiscalização do governo. Está havendo uma mobilização em todo o estado. Só assim a sociedade civil vai conquistar os seus direitos. A sua mobilização deve se estender aos bairros de Curitiba, com o engajamento de toda a população”, defendeu, numa referência, ao Dia Nacional de Luta contra o Pedágio, marcado para o próximo dia 5.

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Carteira aberta
O senador Marcelo Crivella (PR-RJ) admite que a promotoria paulista abriu investigação por suposta remessa ilegal de dinheiro para o exterior. Diz, porém, que é falsa a acusação. Segund ele, parecer elaborado pela subprocuradora-geral da República, Claudia Sampaio Marques, e aprovado pelo procurador-geral, declara inexistir qualquer indício do envolvimento do senador no fato em investigação. “Tendo vivido mais de dez anos na África como missionário entre os pobres e doado mais de R$ 10 milhões em direitos autorais para o Projeto Nordeste, a única coisa da qual podem me acusar é de empobrecimento ilícito”, ironiza Crivella.

Marcos de Oliveira e Sérgio Souto

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