Apesar da reabertura de shoppings, e-compras devem ser as maiores

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Comércio em shopping (Foto: divulgação)
Comércio em shopping (Foto: divulgação)

Pesquisa realizada pela Ebit/Nielsen mostra que mais de 7 milhões de brasileiros fizeram sua primeira compra virtual no primeiro semestre de 2020, pico da pandemia no país. As mudanças são observadas também nos dados de pesquisas que demonstram o crescimento de pedidos virtuais, fechamento de lojas físicas, explosão do número de criação de comércios eletrônicos e aumento do volume e valor gasto pelo consumidor.

Segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 135 mil lojas (10% dos estabelecimentos do comércio varejista em funcionamento antes da pandemia) fecharam as portas no período. A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm) afirma que mais de uma loja virtual é aberta por minuto no país. Antes da pandemia a média era de 10 mil por mês.

No primeiro semestre, houve aumento de quase 50% nas vendas pela internet. Esse índice é o maior em 20 anos e se deve, principalmente, por conta do crescimento de pedidos de pessoas que viram na internet uma forma mais segura, e até prática, de adquirir produtos durante a pandemia. Além disso, notou-se algo muito positivo para quem vende pela internet: o valor médio gasto pelos consumidores é 6% maior quando as compras são feitas de forma virtual. Esse dado foi apresentado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) na pesquisa “Novos hábitos digitais em tempos de Covid-19”.

Por outro lado, pesquisa da Teads, empresa especializada em mídia, disse que não vão se contentar com celebrações à distância. Em compensação, os números ficaram bem equilibrados quando a pergunta foi sobre o modo de comprar os tradicionais presentes de natal pela internet: 20% dos entrevistados disse que vai comprar exclusivamente pela internet e 21%, em lojas físicas.

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Balanço feito pela Social Miner, em parceria com a Compre & Confie e Neotrust, Yapay, Octadesk, All iN e Opinion Box, revelou que o faturamento dos e-commerces só entre 26 e 27 de novembro chegou a R$ 5,1 bilhões, crescimento de 31% em comparação com o mesmo período do ano passado. O estudo mostrou ainda que os varejistas que apostaram no “esquenta Black Friday” se deram bem, registrando já a partir da segunda-feira, 23, um aumento de 64% nas conversões em relação às demais segundas-feiras do mês (2, 09 e 16 de novembro). Mas, naturalmente, foi entre os dias 26 e 28 de novembro que os pedidos atingiram seus maiores picos:

Nas categorias moda e acessórios e eletrônicos e informática, por exemplo, o volume de pedidos da primeira para a segunda quinzena do mês quase triplicou. em moda, a variação foi de 178%, e em eletrônicos, 183%. E foram essas duas categorias também que lideraram o ranking das mais vendidas, com representatividade de 25% e 24%, respectivamente. Mais uma vez, o Sudeste saiu na frente como região com a maior quantidade de pedidos, com 60% de representatividade, sendo seguido pelo Sul, com 18%; Nordeste, com 13%; Centro-oeste, com 7%; e Norte, 2%.

A maioria dos consumidores (70%) utilizou o desktop, o que pode estar relacionado às facilidades na visualização de informações e detalhes dos produtos, inclusive em múltiplas telas, sendo que estas são algumas das vantagens destacadas pelos consumidores que optam por comprar pelo dispositivo. Já os dispositivos móveis, como os smartphones, foram a escolha de 30% do público para fechar os pedidos.

Sites de eletrodomésticos e eletroportáteis têm muito que comemorar também, já que o número de cadastros na categoria cresceu 256%. Assim como nos e-commerces de moda, que dobraram o número de cadastros na segunda quinzena de novembro, enquanto categorias de beleza e casa e construção registraram aumento de 42% e 40%, respectivamente, no volume de inscritos em suas páginas.

O Whatsapp ganhou destaque quando o assunto é atendimento ao cliente. O uso do gerenciador de mensagens entre os dias 12 e 29 de novembro praticamente duplicou em relação ao período equivalente do ano passado, saltando de 24% para 46% na preferência dos compradores. E ele vem em alta, lado a lado, com o chat, mostrando a importância e a busca pelo atendimento personalizado. O estudo revelou também que 9,8% dos consumidores que fizeram uma compra no período da Black Friday deste ano tinham comprado na mesma loja durante o evento de 2019 – número 4,7 vezes maior que no evento de 2019. Já na hora de pagar, o cartão foi utilizado por 74% dos consumidores na sexta, sábado e domingo da Black Friday, enquanto o boleto foi a forma de pagamento de 26%.

O levantamento analisou o comportamento de suas bases entre os dias primeiro e 29 de novembro de 2020, e estabelecem também um comparativo com os resultados apurados no período equivalente de 2019.

Ainda sobre Black Friday e Cyber Monday, outro levantamento, também da Neotrust/Compre & Confie mostra que ambas as datas movimentaram R$ 7,72 bilhões de quinta (26) a segunda-feira (30). O valor representa aumento de 27,7% em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com o estudo, 13,01 milhões de pedidos foram feitos na Black Friday e Cyber Monday, número que representa um aumento de 21,9% em relação ao mesmo período de 2019.

Já o tíquete médio teve leve aumento em relação ao ano passado. Em média, consumidores gastaram R$ 592,85 nas compras, valor 4,7% maior do que o registrado no ano anterior. As categorias que geraram maior volume de compras no período foram moda e acessórios, beleza, perfumaria e saúde, artigos para casa, entretenimento e eletrodomésticos e ventilação. Analisando por faturamento, as classes de produtos que mais geraram receita foram eletrodomésticos e ventilação, telefonia, informática e câmeras, entretenimento e móveis, construção e decoração.

Dos 13,01 milhões de pedidos realizados nacionalmente, a maior parte esteve concentrada no Sudeste, com 61,6% do total. Em seguida, estão: Nordeste (15,8%), Sul (14,7%), Centro-Oeste (6%). Por último, o Norte (2%), manteve o valor registrado no último ano. No Sudeste, responsável por concentrar a maior parte do consumo, os Estados que mais consumiram foram: São Paulo (4,47 milhões de compras feitas no período), Minas Gerais (1,42 milhões) e Rio de Janeiro (1,4 milhões).

Em relação à faixa etária, a idade média do consumidor na Black Friday e Cyber Monday 2020 é de 37 anos. A maior parte das compras online foi feita por brasileiros entre 36 e 50 anos (34,1% do total de pedidos realizados). Os que têm entre 26 e 35 anos vêm em seguida (33,9%) e aqueles com até 25 anos ocupam o terceiro lugar (18,6%). Por último, estão os consumidores acima de 51 anos (13,4%).

Segmentando por gênero, as mulheres fizeram mais compras do que os homens: elas foram responsáveis por 56,7% dos pedidos realizados, enquanto eles somaram 43,3%.

Com o aumento significativo em compras on-line, o prejuízo evitado com fraudes aumentou consideravelmente de um ano para outro. De acordo com a ClearSale, líder em antifraude no Brasil, o valor na Black Friday e Cyber Monday deste ano foi de R$ 70.313.959,00, alta de 77% em relação ao mesmo período do ano anterior.

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