Apesar do Banco Central, Brasil cria 230 mil empregos com carteira

Ministro em exercício critica ‘povo que aumenta dívida pública’ e projeta criação de 2 milhões de empregos em 2024.

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Homem passa em frente a faixa com oferta de 6 mil vagas de emprego
Homem passa em frente a faixa com oferta de 6 mil vagas de emprego (foto de Rahel Patrasso, Xinhua)

O mercado de trabalho formal no Brasil gerou em agosto de 2024 um saldo de 232.513 postos de trabalho com carteira assinada. O saldo foi positivo nos cinco grupamentos de atividades econômicas e em todos os estados brasileiros. Os dados, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, são do Novo Caged.

A indústria foi responsável pela criação de 51.634 empregos em agosto, com destaque para a indústria de transformação (50.915 postos). No acumulado do ano, este setor já soma 343.924 novos postos. O acumulado já representa 90% de todos os postos de trabalho que foram criados pela indústria no ano passado.

“Isso, para nós, é um indicador muito importante por mostrar retomada do desenvolvimento econômico e da perspectiva de um desenvolvimento mais sustentável, apesar de o Banco Central, aquele povo ensimesmado, ainda trabalha, na nossa opinião, em uma perspectiva contrária ao desenvolvimento econômico do país, aumentando o custo da dívida pública e deixando de incentivar investimentos na indústria e na economia”, argumentou o ministro em exercício, Francisco Macena.

Ele ressaltou que o BC precisa levar em conta, nas análises que costuma apresentar, que “a perspectiva de desenvolvimento do país vai além da política monetária”. Macena criticou análises que apontam o aumento do emprego e da renda como fatores que pressionam o consumo e a inflação. “Existem outros fatores, e o emprego vai continuar crescendo no país, mesmo com a política de juros”, acentuou.

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No acumulado de 2024 (janeiro a agosto), a pesquisa apontou a geração de 1.726.489 empregos e, nos últimos 12 meses (setembro de 2023 a agosto de 2024), o saldo registrado chegou a 1.790.541 postos de trabalho. Com isso, o estoque, que é a quantidade total de vínculos celetistas ativos, contabilizou 47.243.764 vínculos, representando uma alta de 0,49% em relação ao mês anterior. O ministro em exercício afirmou ser possível atingir a marca de 2 milhões de empregos formais até o final do ano.

O ministro em exercício destacou, também, o valor do salário médio das novas contratações. “O salário médio real de admissão de agosto ficou em R$ 2.156,86. Uma redução de R$ 7,54 em comparação com o valor de julho. Por outro lado, se a gente considerar os trabalhadores típicos [modelo tradicional, regido pela CLT], o salário real de admissão foi R$ 2.186,69 o que é uma elevação de 1,4%”.

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Segundo o Novo Caged de agosto, o emprego cresceu em todos os estados brasileiros e nos cinco grandes grupamentos de atividades econômicas, com destaque para o setor de Serviços, que gerou 118.364 postos no mês. A Indústria gerou 51.634 postos, principalmente na Indústria de Transformação (50.915 postos), seguida pelo Comércio, que registrou 47.761 novos empregos. A Construção Civil criou 13.372 postos, e a Agropecuária gerou 1.401 novos empregos.

As Unidades Federativas com os maiores saldos positivos foram São Paulo, com 60.770 postos (+0,42%), Rio de Janeiro, que gerou 18.600 postos (+0,48%), e Pernambuco, com 18.112 postos (+1,22%).

Os dados também revelam que 119.317 dos postos foram ocupados por mulheres e 113.196 por homens. A faixa etária entre 18 e 24 anos apresentou o maior saldo no acumulado do ano (126.914 postos), e os trabalhadores com ensino médio completo registraram o maior saldo (154.057). Quanto à raça/cor, a maioria dos empregos foi gerada para pardos, com um saldo de 204.407 novos postos no mês.

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