As enchentes de maio provocaram um apagão logístico jamais visto no Rio Grande do Sul. Diante deste cenário, de janeiro a maio de 2024, as exportações no Estado registraram uma queda de 12,9%. Mesmo assim, o valor atingido neste período (US$ 7,4 bilhões) é o quinto maior da série histórica, iniciada em 1997. Isso mostra a relevância das empresas gaúchas para a economia nacional e seus impactos na conjuntura global.
Na análise do presidente do Conselho do Prêmio Exportação RS, Fabrício Forest, ressalta os resultados ainda positivos frente às adversidades demonstram que o RS segue “despontando e se destacando com resultados sólidos e recorrentes economicamente”. Para ele, “essa busca por novos mercados está no DNA do povo gaúcho, que tem entre suas características o desbravamento, inclusive dentro do próprio País, explorando novas terras e a partir delas construindo um legado de trabalho e pujança”.
O primeiro semestre atípico deve impactar negativamente na expectativa de crescimento do PIB gaúcho, que inicialmente foi estimado em + 4%. “Os desafios que a sociedade gaúcha enfrenta desde as enchentes são inúmeros, e o mesmo vale para o setor produtivo e exportador. O recomeço gradual requer o trabalho de todos para preservar empregos e fomentar a nossa economia que também é vital para o Brasil”.
Apesar disso, segundo o Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria estadual de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG), os produtos que mais obtiveram avanço nas exportações foram nos primeiros cinco meses do ano foram fumo não manufaturado (8,6%), óleos combustíveis de petróleo (56,7%), polímeros de etileno em formas primárias (23,7%) e soja em grão (6,1%).
China
Nesse intervalo, o Rio Grande do Sul exportou para 180 destinos, mantendo a China o principal comprador, respondendo por 19,8% do total das vendas externas. Completam o ranking a União Europeia (13,6%), os Estados Unidos (9,9%), a Argentina (5,1%) e o Vietnã (4%). Em termos de valores, entre os destinos que apresentaram a maior alta estão Filipinas (US$ 171,3 milhões, correspondendo a um incremento de 797,8%; China (US$ 162,6 milhões, 12,4%) e Coreia do Sul (US$ 66,0 milhões, 38,6%).
Em 2023, os negócios do setor alcançaram US$ 339 bilhões, conquistando um resultado inédito. Parte significativa desse montante foi oriundo das exportações envolvendo as empresas do Rio Grande do Sul, que chegaram ao valor de US$ 22 bilhões – quase 7% do valor total. O Estado encerrou o ano com 3.254 empresas exportadoras, ocupando a segunda posição no ranking nacional, que contempla 28.524 organizações, perdendo apenas para São Paulo. No que diz respeito aos valores dessas exportações, o Rio Grande do Sul ocupa o 5º lugar.
Com o objetivo de valorizar esse setor tão importante, o Conselho do Prêmio Exportação RS reconhecerá 68 empresas, sediadas no Estado, na 52ª edição do evento. A premiação também contempla a Distinção Especial de Exportador Diamante, para empresas que, por dez edições, foram destaque, e a Distinção Especial de Exportador Ouro, por vencer cinco vezes, respectivamente, para Marcopolo (Diamante) e AD Shipping, Druzina Content e Wellour Couros (Ouro).
A cerimônia de premiação das organizações que obtiveram desempenho destaque no cenário exportador será realizada no dia 15 de agosto, na Casa NTX, em Porto Alegre (RS).