Apoio monetário ainda é necessário na Europa

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A recuperação econômica da Zona do Euro está se fortalecendo e se espalhando pelos diferentes setores e países, mas as pressões inflacionárias continuam fracas e, portanto, o afrouxamento monetário continua sendo necessário, afirmou o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, em discurso no Parlamento Europeu.

“Continuarmos firmemente convencidos de que uma quantidade extraordinária de apoio da política monetária ainda é necessária para que o atual nível de recursos inutilizados seja reabsorvido e para que a inflação volte e se estabilize de forma durável em níveis próximos de 2%, num horizonte de médio prazo”, disse Draghi.

Ele destacou que na reunião de política monetária de junho o BCE receberá projeções atualizadas sobre crescimento e inflação, o que permitirá fazer uma avaliação mais precisa. Ainda assim, Draghi se mostra otimista com os dados atuais. O Produto Interno Bruto (PIB) da Zona do Euro segue crescendo por 16 trimestres consecutivos e se expandiu 1,7% nos primeiros três meses deste ano ante o mesmo período de 2016.

O desemprego caiu ao menor nível desde 2009 e a confiança do consumidor e das empresas subiu para o maior patamar em seis anos. Além disso, os riscos ao crescimento estão diminuindo e, hoje, são relacionados principalmente ao ambiente externo. No entanto, mesmo com uma recuperação mais firme, as pressões inflacionárias continuam frágeis.

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“As pressões nos custos domésticos, principalmente vindas dos salários, ainda são insuficientes para apoiar a convergência durável e autossustentável da inflação em direção à meta”, disse Draghi. “Para que as pressões inflacionárias domésticas se fortaleçam, ainda precisamos de condições financeiras muito acomodatícias, que dependem de um afrouxamento monetário substancial”.

 

Crédito

 

Os empréstimos bancários feitos a empresas da Zona do Euro cresceram 2,4% em abril na comparação com o mesmo mês de 2016, acelerando após a alta de 2,3% registada em março em base anual, segundo dados do BCE.

Os empréstimos para pessoas físicas cresceram 2,4% em abril em base anual, mesma alta registrada em março. Somando os dois componentes, os empréstimos totais ao setor privado da eurozona subiram 2,6% em abril, após a taxa de 2,7% registrada em março.

 

Grécia

 

Para que os títulos de dívida da Grécia sejam incluídos no programa de compra de ativos do BCE, o país precisa concluir as atuais negociações com os credores que, por sua vez, precisam chegar a um consenso sobre o alívio da dívida grega, afirmou o presidente do banco, Mario Draghi. “A Grécia precisa mostrar que sua dívida é sustentável, mesmo em cenários adversos”, disse Draghi em depoimento ao Parlamento Europeu. “Precisamos de uma conclusão positiva das negociações atuais entre a Grécia e os credores. Vamos esperar o acordo e medidas que tornem a dívida sustentável ao longo do tempo”.

No início de maio, as equipes técnicas do governo grego e dos credores chegaram a um acordo sobre as medidas de austeridade e reformas econômicas que o país deve implementar para receber a próxima parcela do resgate financeiro, mas o pacto não foi ratificado pelo Eurogrupo (que reúne os ministros de Finanças da Zona do Euro) na reunião da semana passada.

A decisão foi adiada para o encontro do dia 15 de junho. Uma vez que essas medidas recebam o aval do Eurogrupo, os ministros devem passar a discutir o alívio da dívida grega.

 

Mercado acionário

 

Os mercados acionários europeus recuaram nesta segunda-feira, com as ações italianas sendo pressionadas pelas preocupações sobre possíveis eleições antecipadas, o que afetou os papéis dos bancos.

O índice FTSEurofirst 300 caiu 0,03%, a 1.537 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 perdeu 0,03%, a 391 pontos. O volume de negócios foi reduzido por feriados nos principais mercados, como no Reino Unido e nos Estados Unidos, o que manteve os investidores afastados. O índice das 50 maiores ações da zona do euro recuou 0,17%, enquanto o índice de blue chips italiano caiu 2%, fechando no nível mais baixo em mais de três semanas.

Notícias no fim de semana trouxeram que os principais partidos da Itália podem convergir em uma lei eleitoral proporcional, elevando as chances de eleição, possivelmente levando a uma situação sem maioria clara.

Em entrevista no domingo, o ex-primeiro-ministro Matteo Renzi disse que acordo sobre um sistema de votação proporcional é possível, embora possa resultar em um governo de coalizão que pode ter problemas para manter-se unido. "O risco de eleições antecipadas aumentou de repente para 60%", disse o fundador da LC Macro Advisers, Lorenzo Codogno.

Os bancos italianos, já atingidos por preocupações em torno do resgate do Popolare di Vicenza e do Veneto Banca, caíram 3,27%, pressionando os bancos da zona do euro, que recuaram 0,77%.

Em Londres, o índice Financial Times não abriu. Em Frankfurt, o índice DAX subiu 0,21%, a 12.628 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 perdeu 0,08%, a 5.332 pontos. Em Milão, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 2,01%, a 20.783 pontos. Em Madri, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,19%, a 10.884 pontos. Em Lisboa, o índice PSI20 ficou estável em 5.226 pontos.

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