A Blips, fintech de crédito e aluguel de equipamentos, se prepara para uma nova fase de crescimento. A empresa recebeu recentemente um aporte de R$ 50 milhões da Headline, gestora global de venture capital.
A Blips financia e aluga equipamentos (de marca própria) para micros e pequenos empreendedores em todo o país em diversos setores. A lista reúne mais de 60 equipamentos e segmentos variados, desde academias e construção civil, estética, sorvete, suco de laranja, forno de pizza, escavadeira, plotter de impressão, etc.
Fundada em 2019, em Minas Gerais, por Adolfo Sortica e Ricardo Rocha, a Blips se define como uma empresa que acredita no empreendedor. Com um faturamento de R$ 200 milhões em 2024, a fintech reporta um crescimento de receita de 3.700%. No seu primeiro ano, a empresa acreditou em 200 clientes. Em 2024, fechou acreditando em 4.000, com 5.000 máquinas faturando para seus clientes. “Esse mercado apresenta um enorme potencial, já que mais de 50% dos empreendedores brasileiros não têm acesso a crédito para aquisição ou locação de equipamentos”, afirmam os dirigentes.
Presente em todas as regiões do país, a empresa já entregou máquinas até por transporte fluvial, no Amazonas, reforçando seu compromisso em fomentar o empreendedorismo para além dos grandes centros urbanos.
Para quem opta pelo financiamento, a Blips diz que o diferencial é facilitar o acesso ao crédito, reduzindo as barreiras tradicionais e garantindo suporte durante toda a jornada do cliente. A empresa disse à reportagem do Monitor Mercantil que reduziu o valor financiado. O montante está abaixo de 1,8% ao mês.
A Blips adota uma solução acessível e sem burocracia. Com um modelo de aluguel, a startup disponibiliza equipamentos novos com baixo investimento inicial, suporte técnico incluso e a possibilidade de aquisição ao final do contrato.
E se o cliente não sabe por onde começar, mas tem vontade de empreender, a empresa oferece o Blips Educa,app educativo que ensina o cliente como criar um negócio, produtos e serviços a partir de um determinado equipamento. “Nosso diferencial é acreditar no potencial de crescimento dos empreendedores, facilitando o crédito para equipamentos que vão impulsionar seus negócios. O aporte da Headline nos permitirá ampliar ainda mais esse trabalho e chegar a mais setores da economia”, explica o CEO, Adolfo Sortica.
“Mais de 50% dos empregos no Brasil são gerados por micros e pequenos negócios, setor pouco acreditado pelo sistema financeiro tradicional. A Blips vai levar tecnologia para outros setores da economia e acreditar ainda mais nesse empreendedor que está impedido de crescer, faturar e gerar mais empregos.”, afirma o cofundador da empresa Ricardo Rocha.
Rentabilidade
Sobre a rentabilidade desse tipo de negócio, Romero Rodrigues, sócio que lidera a Headline no Brasil, responde que a Blips tem uma incrível adoção de tecnologia de ponta em todos os processos. Desde o IoT proprietário para bloqueio, telemetria e monitoramento de todas as linhas de máquinas operadas, como na própria concessão de crédito, segmento no qual a companhia desenvolveu um motor de crédito próprio que avalia seus clientes nos aspectos financeiro, psicométrico e social, aprovando 60% de tudo que o mercado financeiro tradicional reprova, com uma taxa de perda de apenas 0,4%.
Todos os setores internos da empresa são geridos por um agente proprietário de IA com nomes bem peculiares. Na área de suporte aos clientes e seus equipamentos, as inteligências artificiais são a Socorro e o Salvador. A primeira IA faz o atendimento ao cliente de mais de 4.000 chamados por mês. A segunda IA faz o suporte técnico especializado dos equipamentos e resolve as dúvidas e problemas de mais de 1.200 atendimentos por mês.
Clientes
Toda a régua de cobrança da Fintech é operada por uma IA chamada Esperanza, que, além dos lembretes, negocia e fecha os acordos dos clientes em atraso ou inadimplentes. A área de cobrança da Blips tem apenas 5 profissionais desde 2023. Headcount baixo é uma obsessão operacional dos fundadores.
Para finalizar, indagado sobre próximos passos, Gabriel Alves, sócio da Headline, responde brincando: “na Blips nada é tão bom que não possa melhorar. A Blips tem um negócio de capital intensivo, então vamos olhar para estruturas que podem alavancar capital. Tudo indica que com uma licença de SCFI, o negócio será ainda mais rentável.”